Desafricanizar o Egito, embranquecer Cleópatra: silêncios epistêmicos nas leituras eurocêntricas sobre o Egito em manuais escolares de História no PNLD 2018
DOI:
https://doi.org/10.17648/rom.v0i10.18970Palavras-chave:
Egito Antigo, Afrocentrismo, Livros didáticos, Silêncio epistêmicoResumo
O artigo tenciona refletir sobre as narrativas produzidas em livros didáticos de História acerca dos sentidos e marcos civilizatórios africanos associados ao antigo Egito. A primeira parte do texto reserva uma (re)visita a alguns autores que discutem o assunto a partir da perspectiva africana e das teses do afrocentrismo e da afrocentricidade, como Théophile Obenga, Babacar Sall, Aboubacry Moussa Lam e Molefi Kete Asante. Dialogo também com as leituras que problematizam a questão da africanidade do Egito Antigo, mas sem seguir uma filiação afrocêntrica, a partir de autores como Elikia M’Bokolo e Ella Shohat. Por fim, como objetivo principal do ensaio, analisei um conjunto formado por três livros didáticos de História destinados ao ensino médio, aprovados no PNLD de 2018. A intenção foi perceber se os autores desses manuais compartilharam os olhares eurocentrados, marcados pela lógica moderna/colonial/racista sobre essa civilização antiga, ou se, em seus textos, enuncia-se uma crítica descentrada e atenta ao protagonismo histórico das sociedades africanas.Downloads
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