Impactos das novas tecnologias de comunicação e informação no Brasil pós-2013

Resumo

Este trabalho tem como objetivo estudar e discutir os impactos das novas tecnologias de informação e comunicação (NTICs) para mobilizações sociais e governos democráticos, especialmente no Brasil de 2013 a 2018. Nesse período, nota-se uma escalada no surgimento de manifestações públicas por direitos humanos, justiça climática, mobilidade urbana, reforma agrária, igualdade social, entre outras demandas, observadas mundialmente. Na última década, novas formas de resistência e estratégias que utilizam as NTICs para organização e mobilização social foram notadamente empregadas por dissidentes em mobilizações sociais em escala global, acrescentando e expandindo seus repertórios de ação. Enquanto isso, forças de comunicação tradicionais, como rádio, jornal e TV, começaram a competir com a mídia online independentes, além de perfis públicos que cobriam eventos em tempo real a partir de diferentes perspectivas, oferecendo narrativas ou contra-narrativas distintas; observa-se a força dessas novas redes de comunicação atuando em favor dos manifestantes, permitindo um maior grau de organização e borrando fronteiras territoriais, além da estrutura física in natura da Internet. A quantidade de dados gerados pelas NTICs cresceu exponencialmente, junto de técnicas de análise de rede e disseminação de notícias falsas em larga escala. Desde então, estratégias de comunicação disruptivas foram observadas em vários países, como na Hungria; na França; na Áustria; no Reino Unido; na Polônia; no México; na Índia; nos Estados Unidos; e no Brasil. Essa pesquisa procura responder quais são as razões dessas mudanças e os impactos gerados na sociedade brasileira pós-2013, utilizando dados empíricos coletados das NTICs para corroborar a análise, visando identificar os efeios destes no sistema democrático brasileiro e nas eleições presidenciais de 2018.