Influência do enriquecimento ambiental nos parâmetros fisiológicos e de desempenho de suínos na fase de creche

Resumo

A suinocultura brasileira vem se desenvolvendo cada vez mais por conta da crescente tecnificação e pesquisas acerca do assunto, junto ao aumento na densidade dos animais confinados. As alterações em relação ao crescente número de animais por área geram inúmeras mudanças, não necessariamente positivas. Dentre as mudanças, estão o surgimento de fatores estressantes por efeito do ambiente monótono, e a diferença do seu ambiente natural. À vista disso, é crucial que essas alterações sejam contornadas, e o sofrimento seja reduzido ao máximo, já que sua ausência é dubitável. Sabendo, então, que são necessárias alternativas para mudar a situação citada acima, o objetivo da presente pesquisa foi avaliar a utilização de enriquecimento ambiental para leitões na fase de creche, avaliando o desempenho animal e os parâmetros fisiológicos, por cinco semanas. Como enriquecimento ambiental foram utilizadas garrafas pet de 2 litros de refrigerante, devidamente lavadas, contendo 150 gramas de areia no seu interior. Foram utilizados 42 leitões, desmamados com peso médio de 8,2 kg, em dois tratamentos, sendo o grupo controle e o grupo que recebeu o enriquecimento, distribuídos em seis gaiolas suspensas, na qual três receberam em cada gaiola dois brinquedos, e três foram o grupo controle. O delineamento experimental adotado foi o de blocos casualizados, sendo as semanas consideradas os blocos. Os parâmetros de desempenho avaliados foram consumo de ração, ganho de peso e a conversão alimentar. Já os parâmetros fisiológicos avaliados foram temperatura retal, e frequência respiratória, mensuradas às 08:00, 12:00 e 16:00 horas. Os resultados médios foram submetidos à análise estatística utilizando-se o Sistema de Análises de Variância para dados balanceados (SISVAR), aplicando-se o teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Com relação a temperatura retal média e a frequência respiratória média durante as cinco semanas de experimento, não foram observadas diferenças significativas (P>0,05) entre os tratamentos. Quando comparada a temperatura retal nas cinco semanas nos diferentes horários, observou-se diferença significativa (P<0,05). Essas diferenças foram notadas ao longo do dia, portanto, os leitões utilizaram mecanismos para se adaptarem ao ambiente desfavorável. Embora não tenha sido notada diferença significativa na frequência respiratória ao longo das semanas, as médias ficaram muito acima do valor considerado ideal, sendo isso uma provável resposta à alta umidade relativa do ar, e a dificuldade em dissipar calor através da ofegação. Em relação às comparações entre os horários durante as semanas analisadas, foi observado aumento ao longo do dia (P<0,05). Não foram observadas diferenças significativas (P>0,05) no consumo de ração, ganho de peso e na conversão alimentar entre os tratamentos, porém, foi observado uma tendência a melhor conversão no grupo que possuía o enriquecimento ambiental. Embora não tenham sido notadas diferenças expressivas entre os tratamentos em relação aos parâmetros fisiológicos e de desempenho, os resultados sugerem a necessidade de se prosseguir com a investigação, tendo em vista que o grupo onde ocorreu a inserção dos brinquedos apresentou valores médios melhores de conversão alimentar.