BIOMETRIA DE FOLHAS DE SOL E DE SOMBRA DE Varronia curassavica JACQ. (BORAGINACEAE)

Autores

  • Carlos Eduardo Mulinario Poloni Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
  • Elisa Mitsuko Aoyama Universidade Federal do Espírito Santo - UFES

Resumo

As folhas constituem o principal órgão fotossintetizante da maioria das plantas, com grande plasticidade que permite a adaptação aos mais diversos ambientes. A luz é um fator primordial para o crescimento das plantas, pois além de prover energia para a fotossíntese, fornece sinais que regulam seu desenvolvimento através de receptores de luz sensíveis à diversas intensidades. Dessa forma, modificações nos níveis de luminosidade podem condicionar alterações nas respostas fisiológicas das plantas em suas características morfológicas, biométricas, anatômicas e bioquímicas. O presente trabalho avaliou as diferenças biométricas das folhas de Varronia curassavica Jacq., um arbusto nativo do Brasil e tradicionalmente utilizado como medicinal, sob diferentes intensidades luminosas. A coleta foi realizada em uma área de pastagem no município de Montanha-ES. Foram selecionados cinco indivíduos da espécie sob o sombreamento de uma árvore com copa densa, e cinco indivíduos a pleno sol. Para a análise biométrica foram coletadas pelo menos 20 folhas totalmente expandidas do 3° ao 12° nó de cada indivíduo. Foram obtidos, com o auxílio de um paquímetro (graduação = 0,05 mm), o comprimento e largura do limbo, bem como o comprimento do pecíolo de 200 folhas, sendo 100 folhas de cada habitat. Os parâmetros biométricos foram comparados através do teste de Mann-Whitney, adotando-se um nível de significância de 5%. O comprimento médio do limbo em folhas de sombra (10,17 cm ± 1,69) foi significativamente maior que o das folhas de sol (6,16 cm ± 0,89) (Mann-Whitney, U = 94,5; p < 0,001). A largura média também foi significativamente maior na sombra (3,16 cm ± 0,17) do que à pleno sol (1,81 cm ± 0,36) (Mann-Whitney, U = 178; p < 0,001). Folhas de sombra tiveram o comprimento do pecíolo maior (0,54 cm ± 0,18) do que as folhas de sol (0,28 cm ± 0,15) (Mann-Whitney, U = 1363,5; p < 0,001). Os valores superiores obtidos para as variáveis em plantas sob o sombreamento indicam adaptações voltadas à absorção mais eficiente da luz. O investimento em construção de uma folha maior em ambientes sombreados torna-se economicamente vantajoso, pois maximiza a captura de luz. Por ser uma espécie medicinal, os dados apresentados no presente trabalho servem como valores de referência para possíveis estudos de manejo com a planta. Todavia, a anatomia foliar permitirá análises mais completas das diferenças obtidas neste estudo. 

Palavras-chave: Plasticidade fenotípica. Erva-baleeira. Luminosidade. Fitoterapia.

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Publicado

15-04-2021