AVALIAÇÃO DA DENSIDADE E FORMAÇÃO DE OVOS DE RESISTÊNCIA DE Daphnia similis Claus, 1876 (CRUSTACEA, CLADOCERA) EM CULTIVO: VARIAÇÕES NA TEMPERATURA PODEM SER UM FATOR ESTRESSOR?

Autores

  • Ana Luiza Rangel Linhares Lima Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF
  • Gabriela Lima Façanha Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF
  • Thaiane Cantarino Costa Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF
  • Beatriz Corrêa Thomé de Deus Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF
  • Nathália da Silva Resende Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF
  • Jéssica Andrade Vilas Boas Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF
  • Iollanda Ivanov Pereira Josué Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
  • Simone Jaqueline Cardoso Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF

Resumo

Espécies do gênero Daphnia (ordem Cladocera), atuam como elo trófico entre produtores primários e consumidores, sendo importantes para a transferência de energia na cadeia trófica. Em condições ambientais favoráveis, sua população é composta por fêmeas que se reproduzem por partenogênese, resultando em clones. Caso contrário, as fêmeas reproduzem-se assexuadamente dando origem a machos e fêmeas, que, por reprodução sexuada, produzem efípios (ovos de resistência), capazes de manter a diversidade genética. Sabe-se que a variação de temperatura é um dos principais fatores que induzem a produção de efípios nestes organismos. O objetivo do estudo foi verificar se há relação entre a variação de temperatura e a densidade populacional em cultivo, incluindo produção de efípios. As culturas foram mantidas no Laboratório de Ecologia do Plâncton (ICB-UFJF, MG), em cubas de 400 mL (n=2) e 1000 mL (n=1), sob aeração constante e fotoperíodo de 12/12h. A temperatura foi mantida em 25°C, porém sujeita a alterações externas, por não se tratar de um experimento controlado. Os organismos foram alimentados com a alga Raphidocelis subcapitata Nygaard, 1987 concentrada (20 ml) e a contagem de todos os indivíduos foi realizada semanalmente. Em cada cuba foi calculada a média e desvio padrão, para observação da variação entre os estágios de vida e formação de efípios. Para verificar a diferença nas densidades de cada estágio de vida entre as cubas, foi realizado um teste T paramétrico. O efeito da variação de temperatura (amplitude semanal) na população (total, juvenil, adulto e efípio) foi testado através de regressões lineares. As cubas 1 e 2 tiveram densidades similares (p>0,05) de juvenis (343 e 407 ind. mL-1, respectivamente) e adultos (261 e 300 ind. mL-1, respectivamente) enquanto a cuba 3 diferiu das demais (p<0,05), tendo 637 e 489 ind. mL-1, para juvenis e adultos respectivamente. Nas cubas 1 e 2, os resultados encontrados na regressão não foram significativos para temperatura (p>0,05), apenas na 3 houve relação significativa (p=0,048; R²=0,28).  Porém, esse resultado não é capaz de explicar uma relação consistente neste estudo. Dentro de 14 semanas houve produção de efípios em todas as cubas, com densidades similares (p>0,05), sugerindo estresse ambiental. Uma vez que a temperatura não foi a variável mais explicativa para o estudo, fatores como dureza da água, condutividade, recurso alimentar e superpopulação devem ser investigados. Logo, análises posteriores serão realizadas para melhor entendimento dos resultados obtidos.

Palavras-chave: Zooplâncton. Ecologia. Ovos de resistência.

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Publicado

15-04-2021