COMPOSIÇÃO DA FAUNA E ASPECTOS ECOLÓGICOS DE PEIXES DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL MARINHA BAÍA DAS TARTARUGAS

Autores

  • Guilherme Loyola da Cruz Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
  • Hudson Tércio Pinheiro California Academy of Science

Resumo

A Área de Proteção Ambiental (APA) Baía das Tartarugas foi criada em 2018 e está localizada na capital Vitória (ES – Brasil), englobando diferentes ambientes e consequentemente abrigando variados grupos biológicos. Devido à localização em uma área urbanizada, tais organismos sofrem pressões antrópicas, seja de forma indireta, como o descarte inadequado de efluentes, e direta, como a pesca predatória e a dragagem. Nesse trabalho nós compilamos informações sobre a ictiofauna da APA e regiões adjacentes a partir de artigos científicos, monografias, vídeos e fotos disponíveis, coleções científicas e observações pessoais. Dessa forma buscamos entender os aspectos biológicos e ecológicos, além de gerar subsídios para ações que protejam os organismos que vivem e transitam na localidade. Foram registradas 287 espécies, compreendendo 79 famílias, sendo Scianidae (24 espécies), Carangidae (20) e Haemulidae (14) as mais especiosas. A estrutura trófica evidencia maior riqueza de Invertívoros móveis com 122 espécies, seguidos de Carnívoros (73 espécies), Planctívoros (32), Omnívoros (21), Herbívoros itinerantes (16), Piscívoros (12), Invertívoros sésseis (8) e Herbívoros territoriais (3).  Dentre os habitats utilizados, uma análise de cluster a partir da presença e ausência das espécies mostrou maior similaridade entre a Área Estuarina e o Substrato Inconsolidado, assim como entre o ambiente de Praia Arenosa e os Recifes Rochosos, enquanto que as Poças de Maré formaram um grupo à parte. No entanto, apesar das diferenças na riqueza de espécies, as proporções das guildas tróficas em cada habitat não apresentaram diferenças significativas em relação às proporções gerais, sugerindo um padrão geral de assembleia de comunidades. De acordo com o ICMBio e a IUCN, 12 espécies estão classificadas como ameaçadas de extinção (VU, EN ou CR), sendo que 7 dessas foram registradas em atividades de pesca profissional e/ou recreacional na região, práticas que afetam respectivamente 41% e 24% do total de espécies. Outros dados, como as 16 espécies endêmicas do Brasil registradas e a ocorrência de grupos ameaçados, como as arraias (e.g. Myliobatidae, Rhinobatidae, Rhinopteridae), reforçam a importância biológica da região e a necessidade de ações que mitiguem as problemáticas ambientais presentes, sendo tais resultados importantes para atividades de educação ambiental e desenvolvimento do plano de manejo da APA. Portanto, devido às complexas características ecossistêmicas e socioambientais da região, a continuidade das pesquisas é fundamental.

Palavras-chave: Ictiofauna. Área de proteção ambiental marinha. Assembleia de comunidades.

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Publicado

15-04-2021