ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA ESQUISTOSSOMOSE NA REGIÃO SUDESTE DO BRASIL

Autores

  • Isadora Caixeta da Silveira Ferreira Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM
  • Guilherme Henrique Borges Centro Universitário UNA
  • Ricardo Ferreira-Nunes Universidade de Brasília - UNB

Resumo

Popularmente conhecida como barriga d’água, a esquistossomose é causada pelo platelminto Schistosoma mansoni, que apresenta como hospedeiro intermediário caramujos do gênero Biomphalaria e como hospedeiro definitivo o ser humano. No Brasil, existem aproximadamente 2,5 a 8 milhões de infectados, sendo as regiões Nordeste e Sudeste as mais afetadas. Esta condição está intimamente relacionada à falta de acesso a água potável e saneamento básico, uma vez que esta doença apresenta veiculação hídrica, para ocorrer à infecção é necessário o contato com locais de água doce contaminados com fezes humanas infectadas pelo parasita. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar o perfil epidemiológico da esquistossomose na região Sudeste entre 2013 e 2017. Trata-se de um estudo de caráter descritivo retrospectivo, com abordagem quantitativa, elaborado através de dados secundários disponibilizados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN-DATASUS) sobre os registros de esquistossomose na região Sudeste, no intervalo de 2013 a 2017. Foram analisadas as variáveis: número de casos registrados por ano e estado, gênero, faixa etária e evolução da doença. As informações foram inseridas em planilhas no programa Excel®, no qual foram calculadas a frequência (n) e o percentual (%) de cada item analisado. No período avaliado, foram notificados 20.462 novos casos de esquistossomose na região Sudeste, dos quais grande parte ocorreu em Minas Gerais (74,12%). Observou-se que houve uma redução gradativa ao longo dos anos na quantidade de casos no Sudeste, sendo 2013 o ano com maior número de notificações (5.263) e 2017 com o menor (2.503). Em todos os estados os mais acometidos foram os homens (63,82%), com idade entre 20 e 39 anos (39,56%). Com relação à evolução clínica, 70,43% dos casos resultaram em cura, todavia 0,45% morreram devido à doença. Ressalta-se que em Minas Gerais houve 51 óbitos causados pela esquistossomose no período avaliado. Conclui-se que houve uma diminuição importante na incidência de esquistossomose no Sudeste, contudo ainda são registrados muitos casos, sobretudo em homens entre 20 e 39 anos residentes em Minas Gerais. Estas informações são importantes para alertar autoridades sanitárias e direcionar políticas públicas de saúde, bem como investimentos em saneamento básico nestes locais. 

Palavras-chave: Barriga d’água. Caramujo. Schistosoma mansoni. Sudeste.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Publicado

15-04-2021