ANÁLISE DE NOVAS AMINONAFTOQUINONAS COM POTENCIAL ATIVIDADE ANTIMICOBACTERIANA E ANTI-INFLAMATÓRIA PARA O TRATAMENTO ADJUVANTE DA TUBERCULOSE PULMONAR SEVERA

Autores

  • Guilherme Augusto Machado Sales Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF
  • Camila Couto do Espírito Santo Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF
  • Sanderson Dias Calixto Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF
  • Vinícius de Oliveira Mussi Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF
  • Daniela de Luna Martins Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Thatiana Lopes Biá Ventura Simão Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Elena Lassounskaia Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF

Resumo

De acordo com a Organização Mundial da Saúde 10 milhões de pessoas adoecem de tuberculose (TB) por ano e, além disso, é uma das principais causas de morte por um único agente infeccioso. Com o surgimento de cepas resistentes aos medicamentos disponíveis, o desenvolvimento de novos fármacos com atividade anti-TB torna-se emergente. É descrito a presença de processos inflamatórios deletérios em pacientes hiper-ativos para TB, favorecendo a utilização de terapia adjuvante com abordagem anti-inflamatória. Assim, no âmbito de produtos bioativos, as aminonaftoquinonas desempenham uma atividade dual promissora. Objetivamos avaliar novas aminonaftoquinonas quanto à capacidade antimicobacteriana e anti-inflamatória através da inibição da produção de óxido nítrico (NO) e fator de necrose tumoral alpha (TNF-α). Dez derivados de 2-Aminonaftoquinonas, nas concentrações de 25, 50, 100 e 200 μM, foram avaliados quanto à capacidade antimicobacteriana frente às cepas de M. tuberculosis(Mtb) H37Rv e M299 e M.kansasii(Mkan) 12478 cultivadas por 5 dias a 37oC, na presença das amostras. A capacidade anti-inflamatória foi avaliada pela quantificação da produção de NO, TNF-α e citotoxicidade em macrófagos Raw 264.7, estimulados com lipopolissacarídeo bacteriano (LPS) e tratados por 24h, com as mesmas amostras e concentrações descritas. Para análise do crescimento intracelular, macrófagos Raw 264.7 foram infectados com Mtb H37RV e tratados com as amostras por 4 dias, após isso as células foram lisadas e as bactérias estriadas em meio sólido por 21 dias e feita a contagem de colônias formadas (CFU). A avaliação foi feita por One-Way ANOVA e Teste de Tukey. Duas amostras de 2-Aminonaftoquinonas destacaram-se quanto ao potencial antimicobacteriano e anti-inflamatório com concentração inibitória micobacteriana(MIC50) 27,2 ± 1,0μM e 30,4 ± 1,0 μM, para a cepa H37Rv;23,3 ± 1,2μM e 18,5 ± 1,3μM para a cepa M299; 77,9 ± 1,4 μM e 20,5 ± 1,2 μM para a cepa 12478, respectivamente. A atividade anti-inflamatória foi observada pela capacidade inibitória da produção de NO e TNF-α pelos macrófagos Raw 264.7 estimulados com LPS, com concentração inibitória (IC50) 11,9 ±1,2μM e 18,1 ± 1,0μM; 100,3 ± 1,2 μM e 103,1 ± 1,1 μM, respectivamente. O MIC50 do CFU foi 13,2 ± 1,1 μM e 4,8 ± 1,2 μM, respectivamente. Esses dados corroboram com outros trabalhos que sugerem que as naftoquinonas sejam bloqueadores de receptores purinérgicos e ao mesmo tempo possíveis ligantes específicos de topoisomerases das micobactérias. Concluimos que as 2-aminonaftoquinonas são promissoras quanto à atividade antimicobacteriana e anti-inflamatória na busca de novos fármacos para o tratamento da tuberculose pulmonar grave.

 

Palavras-chaves: Aminonaftoquinonas. Anti-Inflamatórios. Tratamento Adjuvante. Tuberculose Pulmonar Severa.

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Publicado

15-04-2021