ATIVIDADE ANTILEISHMANIAL DE NANOCOMPOSTOS DE PRATA E DOADORAS DE ÓXIDO NÍTRICO

Autores

  • Cinthia Magalhães Rodolphi Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF
  • Ayla das Chagas Almeida Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF
  • Joana Claudio Pieretti Universidade Federal do ABC - UFABC
  • Amedea Barozzi Seabra Universidade Federal do ABC - UFABC
  • Elaine Soares Coimbra Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF

Resumo

As leishmanioses são doenças de transmissão vetorial causadas por protozoários do gênero Leishmania. Exibem diferentes manifestações clínicas, como a forma cutânea ou visceral, sendo esta última responsável por alta morbimortalidade. É uma doença que atinge 98 países com aproximadamente 1 bilhão de pessoas vivendo em área de risco, sendo reconhecidas como Doenças tropicais negligenciadas pela OMS. Não existe vacina disponível para as leishmanioses e o tratamento é reduzido a poucos fármacos, os quais apresentam efeitos colaterais graves. Nas últimas décadas, os nanomateriais vêm ganhando destaque pelos avanços científicos e suas propriedades biológicas promissoras. Neste sentido, diferentes tipos de nanocompostos estão em evidência, incluindo as poliméricas e as metálicas. As poliméricas, dentre as quais pode ser citada a quitosana, são formadas a partir de polímeros biodegradáveis e biocompatíveis, podendo ser utilizadas na confecção de nanocompostos carreadores de diferentes fármacos, os quais apresentam diversas ações biológicas, incluindo antiparasitárias. Já os nanocompostos de prata possuem propriedades intrínsecas importantes favorecendo a potente ação em bactérias, fungos, vírus e parasitos. Neste trabalho foram avaliados os efeitos dos nanocompostos de quitosana contendo doadores de óxido nítrico (GSNO) e nanocompostos de prata (AgNPs) em formas promastigotas e amastigotas de L. amazonensis, assim como a citotoxicidade em macrófagos peritoneais de camundongos BALB/c. A atividade antipromastigota e a citotoxicidade em macrófagos peritoneais foram determinadas pelo método colorimétrico do MTT, enquanto o efeito antiamastigota foi avaliado em macrófagos infectados com L. amazonensis, após 72 horas de tratamento. Os resultados das atividades antipromastigota/antiamastigota e em macrófagos foram expressos em CI50 (concentração que inibe 50% do crescimento do parasito) e CC50 (concentração citotóxica que mata 50% das células), respectivamente. Os dados obtidos mostraram que os nanocompostos AgNPs apresentaram expressiva atividade em formas promastigotas (CI50= 7,75 μg/mL) e com moderado efeito em amastigotas intracelulares (CI50= 348,88μg/mL), sem efeito tóxico até a máxima concentração testada (CC50> 75μg/mL). Os nanocompostos GSNO não apresentaram atividade em promastigotas de L. amazonensis até 50 μg/mL e exibiu CI50 em amastigota de 411,68μg/mL, sem efeito tóxico significativo em macrófagos até 1000μg/mL. Apesar da moderada atividade em L. amazonensis, ambos nanocompostos não apresentaram toxicidade significativa em macrófagos, tornando-os atrativos para o tratamento das leishmanioses, visto que os disponibilizados atualmente são muitos tóxicos. Entretanto, são necessários mais estudos, por exemplo, ensaios in vivo, mecanismo de ação e/ou sinergismo, para que haja uma melhor compreensão de como os nanocompostos atuam e como potencializar sua ação, visando melhor consolidação da ação antileishmanial.

Palavras-chave: Leishmania amazonensis. Nanocomposto. Antiparasitário.

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Publicado

15-04-2021