MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE DA FLORESTA ATLÂNTICA DE TABULEIRO DO EXTREMO NORTE DO ESPÍRITO SANTO

Autores

  • Cibele Aparecida Cillani Universidade Federal do Espírito Santo – UFES
  • Joana Zorzal Nodari Universidade Federal do Espírito Santo – UFES
  • Yuri Luiz Reis Leite Universidade Federal do Espírito Santo – UFES

Resumo

A Reserva Biológica do Córrego do Veado (RBCV) e a Reserva Biológica do Córrego Grande (RBCG) estão localizadas no extremo norte do Espírito Santo, em uma área denominada Floresta Atlântica de Tabuleiro. Possuem 2.357 e 1.504,8 hectares, respectivamente, e apresentam área do entorno fortemente antropizada, com agricultura e atividades pastoris na RBCV, e silvicultura na RBCG. A partir de armadilhas fotográficas (AF) iscadas e instaladas nas duas localidades para auxiliar um estudo de genética de taiaçuídeos (Tayassu pecari e Dicotyles tajacu), avaliamos a composição dos mamíferos de médio e grande porte e fornecemos informações para auxiliar os esforços de conservação nessas unidades. A coleta de dados foi feita de março a outubro de 2019, e as imagens foram consideradas registros independentes quando mais de uma fotografia da mesma espécie foi obtida após um período de uma hora; fotografias consecutivas registraram diferentes espécies ou indivíduos distintos; ou as fotografias não foram consecutivas. Além disso, foi calculado o esforço amostral (nº de AF X nº de dias ativas) e o sucesso de captura (nº de registros independentes/esforço amostral X 100). Na RBCV, com um esforço amostral de 13.199 câmeras/dia, registramos 17 táxons, com sucesso de captura de 8,3%. Na RBCG, foram 13 táxons observados, com um esforço de 11.006 câmeras/dias e sucesso de captura de 3,87%.  Destaca-se o primeiro registro da onça-parda (Puma concolor) na RBCV, e os veados (Mazama spp.) na RBCV e RBCG, considerados espécies raras, sendo detectados na RBCV pela última vez há mais de 25 anos. Além disso, destaca-se a presença de espécies ameaçadas, baixo número de registros independentes da cutia (Dasyprocta leporina) na RBCG, a presença do cão doméstico (Canis familiaris) e de caçadores nas duas unidades de conservação. Considerando o cenário crítico dos remanescentes florestais na região e as ameaças à biodiversidade, as duas UCs representam importantes refúgios de conservação, que devem ser protegidos através de planejamento e estratégias eficazes de monitoramento. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Publicado

14-02-2022