LEVANTAMENTO FLORÍSTICO DA FAMÍLIA LAMIACEAE NA RESERVA BIOLÓGICA DO CÓRREGO DO VEADO, ESPÍRITO SANTO, BRASIL
Resumo
Lamiaceae apresenta 236 gêneros e cerca de 7.200 espécies com distribuição cosmopolita, principalmente em regiões tropicais. No Brasil são registrados 50 gêneros e 527 espécies nativas, das quais 358 são consideradas endêmicas. Apesar de considerável riqueza no Espírito Santo, com 45 espécies nativas listadas, nenhum estudo florístico recente foi realizado com a família no estado. A Reserva Biológica do Córrego do Veado, localizada no município de Pinheiros, é um dos poucos remanescentes florestais conservados do Norte do ES, sendo sua flora ainda pouco explorada. Esse estudo teve como objetivo apresentar um levantamento florístico de Lamiaceae para a Reserva Biológica Córrego do Veado. Coletas de campo foram realizadas na reserva desde 2019, compreendendo diversos períodos do ano, com a coleta de material fértil, o qual, após processamento, foi depositado no herbário SAMES. Em adição aos dados provenientes das coletas, espécimes depositados nos herbários CVRD, MBML, RB, SAMES, SPF e VIES foram examinados, juntamente com bancos de dados online disponíveis nas plataformas JABOT e SpeciesLink. São registradas seis espécies distribuídas nos gêneros Aegiphila (1), Condea (1), Hyptis (1), Marsypianthes (1), Mesosphaerum (1) e Vitex (1). As espécies encontradas são majoritariamente comuns e amplamente distribuídas no Brasil, representadas por árvores nos gêneros Aegiphila e Vitex e ervas nos demais gêneros. Nenhuma das espécies encontradas é referida como ameaçada de extinção. Nota-se que representantes do gênero Salvia não foram encontrados, apesar de possuírem significativa diversidade em ambientes florestais no domínio da Mata Atlântica. Por se tratar de uma área florestal, a pequena riqueza encontrada da família é justificada, já que os representantes de Lamiaceae são mais diversos em fisionomias abertas, como savanas e ambientes campestres. Nesse sentido, destaca-se que as espécies encontradas ocorrem, em sua maioria, em áreas degradadas ou em borda de mata dentro da reserva. O estudo contribui com o conhecimento e divulgação de Lamiaceae para o Espírito Santo e prepara um futuro trabalho com o levantamento da família no estado.