FLORA DO ESPÍRITO SANTO: CALYCERACEAE

Resumo

Calyceraceae apresenta ervas ou subarbustos de com talos radicantes. Suas folhas são simples, alternas e/ou em rosetas basais, ovais, lineares ou lanceoladas, limbo inteiro, lobado e geralmente dentado, não apresentam estípula. Inflorescências em capítulo involucrados centrípetos, sendo sésseis ou pedunculadas, as flores são raramente zigomorfas, (4)-5-(6)-meras, gamopétalas e gamossépalas, infundibuliforme, alva a amarelada. Fruto diclesio, cálice persistente, às vezes espinescente na maturação, coalescente ou não aos adjacentes. A família possui oito gêneros e 46 espécies endêmicas do sul da América do Sul. No Brasil são registrados dois gêneros e seis espécies (sendo duas endêmicas), das quais, segundo levantamento preliminar, apenas uma ocorre no estado do Espírito Santo. O projeto Flora do Espírito Santo objetiva realizar o tratamento taxonômico para todos os táxons de plantas e fungos que ocorrem no estado. Nesse sentido, esse estudo tem como objetivo apresentar um levantamento florístico de Calyceraceae para o Espírito Santo. Coletas de campo foram realizadas em diferentes localidades do estado, amostrando material fértil da família, o qual, após processamento, foi depositado no herbário SAMES. Espécimes depositados nos herbários CVRD, MBML, RB, SAMES, SPF e VIES foram examinados, juntamente com bancos de dados online disponíveis nas plataformas JABOT e SpeciesLink. Com base nos espécimes depositados é registrada a ocorrência de Acicarpha bonariensis nas restingas do sul ao norte do estado, em habitat de dunas. A espécie apresenta uma distribuição quase contínua entre os municípios litorâneos do Espírito Santo, com exceção do município de São Mateus, no qual ainda não existem registros, apesar de relevante esforço de coleta na área. Essa disjunção entre os municípios de Linhares e Conceição da Barra é de difícil interpretação, já que São Mateus apresenta habitat costeiros similares aos dois municípios limítrofres. Acicarpha bonariensis é amplamente distribuída, ocorrendo também no Uruguai e estados costeiros brasileiros do Rio Grande do Sul até a Bahia e também o Maranhão. Diante disso, não é considerada como ameaçada de extinção em nenhum nível. O estudo contribui com o conhecimento de Calyceraceae e com o andamento do projeto Flora do Espírito Santo.