A IMPORTÂNCIA DE PRÁTICAS CONTRA-COLONIAIS MEDIADAS NOS ESPAÇOS ESCOLARES

Autores

  • VERATRIZ SOUTO CAMPOS UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO
  • Thelma Chiarelli Cerri Universidade Federal do Espirito Santo
  • Marina MIRANDA, Rodrigues UNIVERSIDADE FEERAL DO ESPIRITO SANTO

Resumo

Este artigo apresenta a relevância de um ensino contextualizado e significativo desenvolvido em duas escolas públicas da Educação Básica no Estado do Espírito Santo. O processo de ensino aprendizagem em consonância a temática Afro-indígena nos espaços escolares, acarreta uma gama de implicações. O artigo retrata desdobramentos de práticas em espaços escolares diferentes, porém a aprendizagem afetiva e a interação entre os sujeitos, fortalece a circularidade dos métodos e conteúdos a serem ensinados sobre os povos indígenas e afrodescendentes, independente da comunidade escolar. A temática afro-indigena nesse contexto, se esbarra com a aculturação e ao mesmo tempo se enriquece com as epistemologias da vida desses povos que está presente no cotidiano de todos. Neste sentido, o artigo busca reverberar os saberes dos povos tradicionais de forma significativa, no qual a aprendizagem mediada tem o papel importante na construção dos saberes no que tange às leis 10.639/03 e 11.645/08. Para tais ações, utilizou-se a pesquisa qualitativa embasada na aplicação, ou seja, para as diversas possibilidades de atuação pedagógica. E a pesquisa bibliográfica que embasa as práticas para atuação sobre os povos indígenas. O artigo ressalta a importância da aplicação das leis nos espaços escolares, enfatiza a necessidade de pesquisas e práticas de aprendizagem mediada para a apropriação de epistemológicas dos saberes e ancestralidades dos povos originários e afro, elencando recursos das vivências destes povos.

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Biografia do Autor

VERATRIZ SOUTO CAMPOS, UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO

Meu nome é Veratriz Souto Campos, tenho 46 (quarenta e seis) anos, moro em Itaúnas, Conceição da Barra - ES, exerço a profissão de pedagoga e professora.

Sou a mãe de Lívia Maria e Pedro Lucas, são as minhas jóias preciosas. Sou filha do Sr. Rives, e da Dona Beatriz, tenho muito orgulho dos meus pais; o meu pai é um homem de fibra e de muita determinação, minha mãe, por outro lado, é uma mulher de fé e de muitas sabedorias, advindas da ancestralidade e da cultura quilombola herdada.

No decorrer dos estudos muitas coisas aconteceram, inclusive cursar magistério - o antigo curso profissionalizante para professores, logo no meu primeiro ano de magistério comecei a trabalhar na educação como ajudante de sala, daí, desde 1997 não sai mais da Educação, ao todo, trabalho na educação há praticamente 25 (vinte e cinco) anos.

Nessa jornada, casei com um professor que teve a minha filha Lívia Maria, menina linda por fora e por dentro, hoje ela está com 21 (vinte e um) anos, mora em Vitória e cursa o Bacharelado em Direito na Universidade Federal do Espírito Santo - UFES, ela é o meu orgulho. Separei do pai de Lívia, ela tinha apenas 3 (três) anos, não foi fácil, continuar estudando, trabalhando, e criar uma filha só; agradeço a minha família que sempre me ajudaram.

A minha graduação foi realizada na a distância, só a complementação em pedagogia que foi semipresencial, muitos momentos com noite de estudos foram importantes para os concursos de professora e pedagoga que consegui ser aprovada na rede municipal de ensino da Prefeitura de Conceição da Barra.

A escola que a atuei nos últimos 17 (dezessete) anos, sendo 5 (cinco) como professora e pedagoga, e 12 (doze) na gestão escolar, foi o local que estudei a maior parte da minha vida, e cada detalhe me marca bastante, pois ali tem pertencimento, lembranças, memórias, valores, e sonhos é claro. Conhecer e fazer parte das “memórias” destas instituições, me fez valorizar e buscar ressaltar a história e a cultura delas; compreendo que é importante para o processo de formação dos alunos entenderem um pouco sobre a essência e os valores que fazem parte da sua vida escolar. Entender sobre o amor e a dedicação que transformou um sonho em realidade e assim, unindo vidas, para contar juntos uma história de muito sucesso.

Marcas foram e estão sendo feitas no caminho de cada criança que iniciou nesta escola, e trilharam o seu percurso educacional, vencendo, conquistando, aprendendo, construindo, vivendo, ultrapassando barreiras e galgando conquistas.  Onde vivíamos na pele muitas situações de inferioridade por motivos diversos, acredito que posso chamar de cultura regional de nosso território marcado por povos originários e tantas outras diversidades.

Para tanto, a minha trajetória na Educação foi marcada por lutas e muitas, muitas lutas, por um ensino igualitário, por aulas melhores, por respeito a voz e vez, por direitos básicos, graças a Deus e aos meus esforços consegui caminhar bem, hoje digo que poderia ter sido melhor, mas aproveitei o que pude, trago para a minha vivência profissional o que consigo quanto aos valores e costumes de nosso povo. Quando lembro de minha amada vozinha, Dona Dorotéia,  ensinando um remédio caseiro para tal enfermidade e repassar isto para os meus alunos me emociona e percebo como sou grata por ter tido a oportunidade de ter contatos com ricas raízes de nossos povos afro e indígenas, e desta forma tento passar para quem está a minha volta. Porque na verdade aos longos dos meus 40 (quarenta) anos que pude conviver com esta avó, bem como com o meu avô e tantos outros que muito me ensinaram, fez com que eu, meus irmãos e primos se identificassem com os costumes e práticas deste nosso povo afro-indígena.

Por destino da vida, nos dois últimos anos fui remanejada para o Parque Estadual de Itaúnas, que protege uma Unidade de Conservação importante para a preservação ambiental, e traz com ela muitas histórias positivas, mas também negativas. Assim, atualmente atuo na biblioteca Hermógenes Lima Fonseca, com sede no Parque estadual de Itaúnas, com diversas atividades de cunho cultural e ambiental.

 

Concluindo, no caminhar, conseguir a aprovação no Mestrado tão sonhado, na UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO

Portanto, hoje entendo que sonhar é importante, mas acreditar é fundamental,  cursando o mestrado em Ensino e Educação, com a temática: O reconhecimento dos povos originários nos espaços escolares, por meio de estudos de materiais arqueológicos presentes no Parque Estadual de Itaúnas e a partir das vivências e histórias da comunidade tradicional em que estes materiais se fazem presentes.

 

Thelma Chiarelli Cerri, Universidade Federal do Espirito Santo

PROFESSORA,  MÃE DA GEOVANA E MAIS DOIS FILHOS, ATUANTE NA EDUCAÇÃO DO CAMPO. ESTUDANTE DO MESTRADO, EMPENHADA EM DESCOLONIZAR-SE E ASSIM COLABORAR PARA A EQUIDADE DA SUA COMUNIDADE. MESTRADO EM EDUCAÇÃO NA UNIVERSDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO.

Marina MIRANDA, Rodrigues , UNIVERSIDADE FEERAL DO ESPIRITO SANTO

PROFESSORA UNIVERSITÁRIA, ATIVISTA DAS VIVENCIAS INDIGENAS, O SEU CAMINHAR É MARCADO , POR LUTAS, E ENGAJAMENTOS PARA A EXPANÇÃO  DE UMA TEMÁTICA INDIGENA A SER ABORDADA NOS ESPAÇOS ESCOLARES DE FORMA MAIS SIGNIFICATIVA E REAL QUE VALORIZEM OS POVOS INDÍGENAS E NÃO SOMENTE REPRODUZA INFORMAÇOES COLONIZADORAS. MARIA MIRANDA, É MAE DE 3 FILHOS LINDOS, SEMPRE SENSÍVEL  A TODAS AS SITUAÇOES A SUA VOLTA. ATUANTE NO MESTRADO DA EDUCAÇÃO, COM TAMANHA RESPONSABILIDADE NESTA TEMATICA INDÍGENA, COORDENA MUITOS TRABALHOS, UM DOS , PROJETO DE PESQUISA TUPIABÁ.

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Publicado

25-11-2024

Edição

Seção

Trabalhos Completos