ENTRE O CÓDIGO E A CRÍTICA: A LÍNGUA PORTUGUÊS COMO L2 POR ESTUDANTES SURDOS
Resumo
Este artigo propõe uma reflexão sobre como estudantes surdos aprendem a língua portuguesa como segunda língua (L2), a partir dos conceitos de alfabetização e letramento de Magda Soares. O ponto central é que, para esses alunos, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é sua primeira língua (L1) e o português escrito é um território novo. A grande questão é: não basta apenas aprender o alfabeto. A alfabetização, que é a aquisição do código, é apenas o primeiro passo. O verdadeiro desafio é o letramento, ou seja, aprender a usar a leitura e a escrita para se comunicar e participar ativamente da sociedade. Muitas vezes, nosso sistema educacional, focado em pessoas que ouvem, ignora essa realidade. O resultado é que o estudante surdo chega à universidade com dificuldades, principalmente com os diferentes tipos de texto que a vida acadêmica exige. Para mudar isso, defendemos uma abordagem bilíngue, onde a Libras serve como o alicerce. A ideia é que, usando a Libras como base para a construção do raciocínio e do pensamento crítico, o estudante se sinta mais seguro para dominar o português escrito. O objetivo final é claro: capacitar o estudante surdo a se tornar o autor de sua própria história, usando o português não apenas para seguir regras, mas para criar, dialogar e expressar suas próprias ideias. Ainda há um longo caminho a percorrer. Sugerimos que futuras pesquisas explorem novas metodologias visuais, a criação de textos em coautoria e um acompanhamento linguístico que, de fato, ajude esses alunos a prosperar no mundo acadêmico.
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