Brincadeiras cotidianas no bairro Goiabeiras: onde estão as crianças?

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Resumo

BRINCADEIRAS COTIDIANAS NO BAIRRO GOIABEIRAS: ONDE ESTÃO AS CRIANÇAS?Resumo: Partindo da ideia que a ludicidadeconstitui como traço/característica fundamental da cultura da infância, essa pesquisa buscou, a partir dos estudos culturais, feministas e da sociologia da infância, por meio da etnografia, mapear os espaços públicos do bairro Goiabeiras, Vitória/ES, sendo esses as ruas, as praças e/ou parques e observar brincantes potenciais dispostos nesses. A partir disso, compreender como as crianças se apropriam, seja através de brinquedos, brincadeiras e/ou jogos, como vivenciavam mais intensamente a ludicidade. Foram realizados registros no diário de campo e aplicados questionários semiestruturados e com isso pudemos observar como meninas e meninos se apropriam, brincam e quais características de cada grupo; pudemos observar, ainda, que os pais das crianças vivenciam uma sensação de insegurança e que isso implica em como e onde seus filhos estão. 

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Biografia do Autor

Isabella Souza Rodrigues, Universidade Federal do Espírito Santo

Centro de Educação Física e Desportos - UFES

Graduanda.

Referências

“Consideradas como meros seres biológicos (...) apêndices do gineceu, pertenciam ao universo feminino, junto de quem permaneciam, até terem capacidade de trabalho, participação na guerra ou de reprodução” (SARMENTO, 2004, p.03).

“A ludicidade constitui um traço fundamental das culturas infantis” (ibid, p.15)

“Ninguém consegue pensar o mundo das crianças despido do seu mundo outro dos brinquedos e das brincadeiras, tal é a dimensão da sua presença determinante nas diversas fases da construção das suas relações sociais” (SILVA, 2011, p.5).

“O lúdico é [...] compreendido como expressão de alegria, tensão, prazer, relaxamento que pode ocorrer em qualquer tempo” (ALVES, et al., 2014, p.197).

“O jogo é nosso ponto de partida: é a partir dele que iniciamos nossa relação com o mundo da cultura. É a partir do jogo e da brincadeira que ampliamos nossas experiências para outras atividades como a dança, o teatro, a literatura, a música, etc” (SARTORI, et al., 2015, p.402).

Quando pensamos em jogos e brincadeiras, inevitavelmente nos reportamos à infância, ou mais propriamente à criança (0 a 10 anos). É difícil imaginar uma criança que não goste de brincar e/ou jogar (...) é próprio de nossa humanidade esse desejo pelo jogo, de modo que se engana aquele que acha que um dia deixamos de jogar e/ou brincar como fazíamos na infância (ALVES apud SARTORI, 2015, p.402).

“Quando as crianças constroem seus jogos e brincadeiras, imprimem-lhes intencionalidades, interesses e desejos (...) trazem consigo saberes e conhecimentos” (SARTORI, et.al, 2005, p.402)

“O brincar (...) é uma linguagem que fala do próprio brincante, permitindo à criança ser autora de sua fala e de seus atos” (ibid, p.407).

“O uso do espaço público foi se modificando ao longo dos séculos a partir de mudanças sociais, econômicas e espaciais. A rua, outrora espaço de socialização e brincadeira, foi tornando-se espaço de perigo, principalmente para as crianças” (LUZ, et, al.,2013, p. 552).

“(...) as características dos espaços podem influenciar ainda no tipo de interação social e na intensidade de atividade realizada, demonstrando a importância potencial dos ambientes para promover comportamentos de socialização, exploração, autonomia e atividade física” (ibid. p.553).

“Na atualidade as praças muitas vezes apresentam-se com apropriações diferentes daquela consagrada na história” (ZORZI, 2015, p.132).

“A vegetação arbórea possui grande importância, pois permite maior interação com os ambientes naturais e maior conforto térmico aos usuários” (ANTUNES, et. al., 2013, p.6).

“Em função de graves fenômenos bastante conhecidos, quais sejam: a violência, a presença de estranhos, drogas, atividades ilícitas, tráfego de veículos, (...) que parecem ser ameaças universais no mundo moderno” (COTRIM, et. al., 2012, p. 389).

“As crianças aproveitam os brinquedos para criar (...) experimentar diferentes maneiras de brincar no mesmo brinquedo e com o mesmo material” (SARTORI, et. al.,2015, p.406).

“Na atualidade as ruas das grandes cidades se tornaram espaços de riscos para crianças em função do grande movimento de pessoas, veículos e ação da criminalidade” (FIAES, et. al.,2010, p.31).

“Os familiares têm preocupações e medos na rua, em relação ao estranho e, principalmente, vivenciam uma sensação de insegurança na cidade” (WENETZ, 2013, p. 347).

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Publicado

07-12-2019

Edição

Seção

GT-11: Os lazeres na (re)produção do urbano