“Chiclete com banana”: carnavalização, intercâmbio cultural, democracia racial e afetividades entre Brasil e Estados Unidos da América
DOI:
https://doi.org/10.25067/s.v22i2.22931Resumo
Pretendo analisar a política da vizinhança entre o Brasil e os Estados Unidos da América a partir de imagens associadas a carnavalização, especificamente entre a ditadura de Getúlio Vargas e o governo ditatorial dos generais implantado décadas depois. A denominada “Política da Boa Vizinhança” atuou como uma importante manifestação da diplomacia cultural entre os respectivos países. A referida política significava uma nova roupagem das práticas imperialistas, apesar da anuência dos órgãos oficiais do Estado brasileiro. A estratégia política em questão também conviveu com outras relações e táticas políticas que ressignificavam o intercâmbio cultural entre os dois países. Diversos atores sociais, tanto brasileiros como estadunidenses – especialmente artistas, intelectuais e produtores culturais – desenvolveram uma espécie de diplomacia menor que foi fundamental para a revisão de certas práticas preconceituosas. Para se pensar os usos da carnavalização nesse cenário de relações internacionais serão analisadas algumas produções artísticas do período em questão, sobretudo canções. Além disso, serão utilizados textos teóricos que darão subsídios para uma melhor compreensão e contextualização do presente estudo, tal como ensaios de autoria de Antônio Pedro Tota e Robert Stain e outros autores que tratam do intercâmbio cultural e artístico entre Brasil e Estados Unidos durante o século passado.
ABSTRACT
I intend to analyze the neighbor policy between Brazil and the United States of America by means of images associated with carnivalization, specifically between Getúlio Vargas dictatorship and the government of the military implanted decades later. The aforementioned “Good Neighbor Policy” was an important manifestation of cultural diplomacy between the respective countries. We can say that this policy, in a sense, meant a new outgrowth of imperialist practices, despite the consent of the official organs of the Brazilian State. The political strategy in question also coexisted with other political relations and tactics that re-signified the cultural exchange between the two countries. Various social actors, both Brazilian and American - especially artists, intellectuals and cultural producers - have developed a kind of minor diplomacy that was fundamental for the revision of certain prejudiced practices. In order to think about the uses of carnivalization in this scenario of intense international relations will be analyzed some artistic productions of the period in question, especially canciones. Theoretical texts will be used, which will contribute to a better understanding and contextualization of the present study, such as essays by Antonio Pedro Tota, Robert Stain and other authors dealing with cultural and artistic exchange between Brazil and the States United during the last century.
Keywords: Carnival, Art, International relations.
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