A espiral do tempo: modernização conservadora e a nova (velha) História do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.25067/s.v22i2.23512Resumo
Neste ensaio procurei estabelecer as relações diacrônicas entre a modernização conservadora brasileira, uma das faces de nosso andamento temporal cujas origens e sentidos remontam aos anos 1930 e 1940, com o atual período da história brasileira na qual os seus caminhos ou descaminhos tendem a recuperar, ainda que sobre novos termos, as encruzilhadas conservadoras, e muitas vezes autoritárias, de nosso andamento moderno. Pensar a história do país, suas tradições e seus elementos constituintes, íntimos de sua peculiar modernidade, através destes andamentos que assemelham-se mais a um tipo de ordenação temporal que escamoteia a linearidade aparente do próprio transcorrer do tempo. Associado a essa preocupação relacionada a uma sensibilidade sobre o tempo e seus sentidos ordenadores, a outra ponta de minhas preocupações estava em compreender os modos pelos quais as reatualizações foram estabelecidas de modo a romper com a perspectiva ainda que segmentada de que a partir dos anos 1980, em especial a partir da Carta de 1988 e suas aberturas hermenêuticas e seu condensamento no mundo social a partir do Direito, teríamos certa noção de fim da história. Tanto no sentido de finalidade, como no sentido de direção e missão a ser cumprida.
ABSTRACT
In this essay, I establish the diachronic relations between Brazilian conservative modernization, one of the faces of temporal course, whose origins and meanings date back to the 1930s and 1940s, with the current period of Brazilian history in which its paths or misplacements tend to recover, that on new terms, the conservative, and often authoritarian, crossroads of modern course. To think about the history of the country, its traditions and its constituent elements, intimate with its peculiar modernity, through these movements that resemble more a type of temporal order that eschews the apparent linearity of the passage of time itself. Associated with this concern related to time sensitivity and its senses, my concerns was to understand the ways in which re-actualizations were established in order to break with the still segmented perspective that from the 1980s, especially from the Charter of 1988 and its hermeneutic openings and its condensation in the social world from the right, we would have certain notion of end of history. Both in the sense of purpose, and in the sense of direction and mission to be fulfilled.
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