Pessimismo da razão, otimismo da vontade: a Escola de Frankfurt, Gramsci e os desdobramentos teóricos de duas concepções críticas díspares
DOI:
https://doi.org/10.25067/s.v2i18.6369Resumo
A influente obra hodierna, de um lado, de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe, e, de outro, de Jürgen Habermas, é um dentre os muitos sinais da proficuidade das obras, respectivamente, de Antonio Gramsci e da primeira geração da escola de Frankfurt no início do século XX. Buscando adequar a crítica marxista da sociedade ao contexto de seu tempo, esses autores desenvolveram interpretações originais da sociedade e seus modos de produção de bens culturais e consensos políticos que são até hoje trazidos à tona como relevantes para a Sociologia. Contudo, se partem quase que de uma mesma questão teórica, Gramsci e os primeiros pensadores da escola de Frankfurt, nem por isso, deixam de trilhar caminhos intelectuais quase avessos: enquanto Gramsci, mesmo no cárcere, constrói uma teoria positiva voltada à transformação social pondo em destaque o potencial revolucionário das transformações da sociedade capitalista, os teóricos de Frankfurt destacam em chave negativa o potencial dominador e totalitarista dessas mesmas mudanças. Assim, o presente artigo tem como escopo uma análise comparativa dessas duas correntes teóricas ressaltando suas semelhanças e diferenças e destacando, em cada um dos polos da comparação, seus pontos fortes e fracos na construção de uma teoria social crítica.
The contemporary influence of the work, by one side, of Ernesto Laclau and Chantal Mouffe, and by another, of Jürgen Habermas, is just one among so many signals of strength of the works, respectively, of Antonio Gramsci and the first generation of Frankfurt School, in the early twentieth century. Trying to fit Marxist critics of society to their time contexture, these authors developed original interpretations of society and its production of cultural goods and political consensus that are constantly brought up, until nowadays, as relevant for Sociology. However, if these authors’ start is pretty much the same, their intellectual tracks are very different: while Gramsci, also while arrested, developed a positive theory guided to social transformation that accentuates the revolutionary potential of the capitalist society transformations, the Frankfurt theorists detach in a negative way the dominating and totalitarian potential of these same changes. Thus, this article aims a comparative analysis of these two theoretical approaches that tries to bring up its similarities and differences, and highlight, in each comparative pole, its powerful and powerless points for a development of a critical social theory.
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