Entre maio 68 e junho de 2013: a exacerbação do sintoma
DOI:
https://doi.org/10.25067/s.v1i16.9010Resumo
As manifestações junho de 2013 no Brasil tiveram a participação de um número extremamente significativo de pessoas. No início do mês, o movimento foi deflagrado pelo aumento de passagens do transporte urbano, contudo, em 17 e 20 de junho a multidão não se manifestava exatamente por esse motivo. Múltiplos eram os apelos da multidão que caminhou em clima de festiva esperança por um lado e desejo de mudança e violência por outro. Jacques Lacan, em seu livro, “O avesso da psicanálise”, trabalha as consequências do movimento de maio de 1968. A partir desta leitura, propomos começar a pensar o nosso momento em referência ao movimento de 45 anos atrás. Em seu livro, “Maio de 68, a herança impossível” Jean-Pierre le Goff considera esse fenômeno político como uma divina surpresa, um momento de catarse democrática em uma sociedade que se engaja em um novo estado de seu desenvolvimento. Nesse período, as manifestações foram lançadas por estudantes, sem que ninguém, mesmo seus principais atores, tivessem pensado no que poderia advir. Entre o lado catártico, festivo e violento que os movimentos de maio de 68 e de junho de 2013 apresentaram, observa-se que é muito difícil ir para a rua sem se arriscar ao encontro com o real de ambas as maneiras: ou pela vivência catártica, ou por sua outra face, a violência. De todo modo, o encontro com o real não é todo dia que acontece.
Abstract: Manifestations of June, 2013, in Brazil had the participation of a very significant number of people. Earlier this month, the movement was triggered by the increase on the price of the urban transport passes, however, in 17 and 20 of June the crowd did not protest for just this reason. Many were the calls from the crowd who walked cheerfully in a party mood on one hand and having confrontation with the police in another. Jacques Lacan, in his book, "The reverse side of psychoanalysis", works on the consequences of the May 1968 movement. From this reading, my proposal is to start thinking about our time in reference to the movement of 45 years ago. In his book, "May 68, the impossible inheritance", Jean-Pierre le Goff considers May 68 as a divine surprise, a moment of a democratic catharsis in a society that engages in a new state of its development. At that time, the protests were launched by students, and anyone, even their main actors, had been thinking about what could happen. Among the cathartic, festive and violent side that May 68 and June 2013 movements presented, it is very difficult to go out on the street without risking to encounter the reality in both ways: or buy the cathartic experience, or on the other side, buy the violence. Anyway, this encounter with the reality does not happen every day.
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