INDICADORES DE MATRÍCULAS SOBRE A INTERFACE ENTRE A EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO DO CAMPO: O QUE OS DADOS NOS REVELAM?

Autores

  • Christiano Felix dos Anjos
  • Claudiana Raymundo dos Anjos

Resumo

O movimento de interface entre a Educação do Campo e a Educação Especial tem sido invisibilizada tanto academicamente quanto nos espaços escolares. A temática requer pesquisas que colaborem em desvelar esse movimento e que contribua com a temática visto que, academicamente, existem pouquíssimos estudos e também mostram fragilidade em se pensar políticas públicas que levem em conta a interface. Nesse artigo temos por objetivo a partir da noção de cartografia de Boaventura de Sousa Santos (2011) desenhar um mapa simbólico que evidencia o cenário dos dados sobre os alunos público-alvo da Educação Especial, matriculados nas escolas da cidade e do campo no Brasil e mais especificamente, no estado do Espírito Santo, a partir do banco de microdados do Ministério da Educação (MEC)/ Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e das sinopses estatísticas apresentadas no sitio do MEC/INEP. Como natureza metodológica, utilizamos a perspectiva da cartografia simbólica de Boaventura de Sousa Santos. Por esse olhar compreendemos os mapas como representações simbólicas de contextos que se quer evidenciar, neste caso, chamar a atenção para a existência dos alunos público alvo da Educação Especial nas escolas do campo. Como considerações, nossos dados desvelam a presença de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação matriculados nas escolas do campo e como esse quantitativo vem aumentando no decorrer dos anos analisados. Isso nos permite perceber uma produção de silenciamentos dos alunos matriculados nas escolas do campo, levando em conta que ainda são escarças políticas, ações e pesquisa que levem em conta esses sujeitos.

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Referências

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Publicado

04-04-2019

Edição

Seção

Comunicação Oral - Eixo 1 Do Direito à Educação: políticas de acesso, permanência e qualidade social