PROCESSOS DE MEDICALIZAÇÃO DA INFÂNCIA: ESTUDO DE CASO DE UM ALUNO COM DIAGNÓSTICO DE TDAH
Resumo
O presente artigo é resultado de parte dos estudos da dissertação “Crianças
que não aprendem na escola: problematizando processos de medicalização e
patologização das infâncias”. Partindo da compreensão de que a medicalização
é um processo que enxerga um problema que não é de ordem biológica como
sendo, sugerindo a ele causa e solução médicas, discutimos a postura da
escola que, embora defenda a inclusão e se conceitue inclusiva, muitas vezes,
sob a égide da hegemonia, segrega, rotula e patologiza crianças que considera
diferentes do que convencionou como “normal”. Essa perspectiva equivocada,
impõe a padronização, definindo o modelo ideal de sujeito e normatizando os
diferentes modos de ser. Objetivamos então, problematizar a imposição e
busca pela norma, e como esta corrobora com a medicalização da infância. A
pesquisa assumiu um caráter de pesquisa-intervenção, e foi delineada pelo
método cartográfico, sendo seus passos conduzidos por meio de pistas
seguidas à medida em que acompanhamos os processos em curso. O território
existencial da pesquisa foi uma escola pública de ensino fundamental, mais
especificamente um projeto de intervenção pedagógica que atendeu um grupo
de crianças com queixas escolares. Neste texto, trazemos um recorte dos
resultados encontrados na dissertação, centrando-nos na história da constituição do sujeito a partir de um diagnóstico de TDAH e ilustrando, por
meio de observações e conversas com a criança, sua família e a professora,
como o ambiente escolar – pautado por normas hegemônicas limitadoras –
pode contribuir para a constituição de argumentos reducionistas e biologicistas
que passam a mediar, intrinsecamente, as relações estabelecidas entre os
âmbitos da saúde, da educação, da família e da própria criança.
Palavras-chave: Educação Inclusiva. Medicalização. TDAH.
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