Gerações, família e cultura reflexões sobre juventude e velhice de imigrantes chineses evangélicos no Rio de Janeiro
Resumo
Etnografando as sociabilidades e as particularidades étnicas de fiéis evangélicos chineses e descendentes que freqüentam 2 igrejas da cidade do Rio de Janeiro, abordo os posicionamentos dos jovens sobre os velhos, ou melhor, sobre as gerações mais velhas com as quais se relacionam, buscando discutir o embate entre as orientações cognitivas adquiridas pelos naturais da China nas suas milenares cultura e educação e o molde oferecido pela realidade sociocultural brasileira às gerações mais jovens. Apresento as tensões operadas pelas posturas e práticas dos imigrantes mais antigos - que não são necessariamente idosos se considerado o parâmetro cronológico consagrado: indivíduos a partir dos 65 anos – em suas tentativas de adaptar-se a estas. Os jovens, em contrapartida, promovem a manutenção daquelas posturas e práticas paternas sob o argumento da preservação da “cultura”. Assim, não é somente a questão geracional, etária, que qualifica e rotula os mais velhos, mas particularmente o fato de que suas vivências mais caras deram-se ainda em solo chinês, forjando-se em um cenário sociocultural diverso e em alguns aspectos até oposto ao atual.