A gênese histórica da fenomenologia hermenêutica de Martin Heidegger

Renato Kirchner; Crisóstomo Lima do Nascimento

doi:10.47456/sofia.v10i1.34665

Autores

Renato Kirchner Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) Programa de Mestrado em Ciências da Religião
Crisóstomo Lima do Nascimento Universidade Federal Fluminense (UFF)

DOI:

https://doi.org/10.47456/sofia.v10i1.34665

Palavras-chave:

Fenomenologia hermenêutica. Questão pelo sentido do ser. Analítica existencial. Martin Heidegger

Resumo

O presente artigo tem como objetivo principal compreender de que maneira autores como Hume e Kant, Schleiermacher e Dilthey, Ranke e Droysen, Hegel e Husserl estiveram no horizonte das investigações heideggerianas antes dos anos 30 do século XX, de modo que seja possível visualizar em que medida a fenomenologia hermenêutica de Martin Heidegger possui uma gênese histórica toda peculiar. Além das constantes referências às obras de Martin Heidegger, a tarefa aqui assumida não poderia prescindir do confronto com comentadores e estudiosos diversos. Neste intuito, foram percorridos os seguintes estágios: 1. Demarcando as origens da fenomenologia hermenêutica; 2. Schleiermacher e Dilthey: principais influências da tradição hermenêutica; 3. A fenomenologia de Husserl como fonte de inspiração e superação; 4. Heidegger: os passos decisivos em vista da fenomenologia hermenêutica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Renato Kirchner, Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) Programa de Mestrado em Ciências da Religião

Professor e pesquisador na Pontifícia Universidade Católica de Campinas desde 2010. Membro do corpo docente permanente da Faculdade de Filosofia e do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião. Doutor e mestre em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente, coordena o Programa de Mestrado Stricto Senso em Ciências da Religião na PUC-Campinas e é membro do conselho fiscal da Anptecre.

Crisóstomo Lima do Nascimento, Universidade Federal Fluminense (UFF)

Psicólogo cínico e doutor em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF); mestre em estudos da subjetividade com ênfase em fenomenologia pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFF. Professor adjunto da Universidade Federal Fluminense, vinculado ao Departamento de Psicologia do Pólo Universitário de Campos dos Goytacazes. Integrante e membro fundador da Associação Brasileira de Psicologia Fenomenológica (ABRAPFE). Coordenador do “Grupo de Estudos e Pesquisas em Psicologia, Fenomenologia e Filosofias da Existência” (GEPPFFE).

Referências

DILTHEY, W. Introdução às ciências humanas: Tentativa de uma fundamentação para o estudo da sociedade e da história. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.

FERRATER MORA, J. Diccionario de filosofía. 2 vol.,5. ed. Buenos Aires: Sudamericana, 1964.

FRAGATA, J. A fenomenologia de Husserl. Braga: Livraria Cruz, 1959.

GADAMER, H.-G. Verdade e método I: Traços fundamentais de uma hermenêutica filosófica. 8. ed. Petrópolis e Bragança Paulista: Vozes e Edusf, 2007.

_______. Verdade e método II: Complementos e índice. 2. ed. Petrópolis e Bragança Paulista: Vozes e Edusf, 2004.

_______.Truth and method. 2. ed. rev., Londres e Nova Iorque: Continuum, 2006.

GRONDIN, J. Introdução à hermenêutica filosófica. São Leopoldo: Unisinos, 1999.

HEIDEGGER, M. Ser e tempo.GA 2. Petrópolis e Bragança Paulista: Vozes e Edusf, 2006.

_______.Sein und Zeit.GA 2.Frankfurt am Main: Vittorio Klostermann, 1977.

_______. Kant e o problema da metafísica. GA 3. Rio de Janeiro: Via Verita, 2019.

_______. Kant und das Problem der Metaphysik.GA 3.Frankfurt am Main: Vittorio Klostermann, 1973.

_______.History of the concept of time.GA 20. Indianápolis: Indiana University Press, 1985.

_______. Prolegomena zur Geschichte des Zeitbegriffs. GA 20. Vittorio Klostermann: Frankfurt am Main, 1979.

_______. A essência da liberdade humana: introdução à filosofia.GA 31. Rio de Janeiro: Via Verita, 2012b.

_______. Vom Wesen der menschlichen Freiheit. Einleitung in die Philosophie. GA 31. Frankfurt am Main: Vittorio Vittorio Klostermann,1994.

_______.Introdução à metafísica.GA 40. Rio de janeiro: Tempo Brasileiro, 1969.

_______.Einführung in die Metaphysik. GA 40.Frankfurt am Main: Vittorio Klostermann, 1983.

_______.Ontologia (hermenêutica da faticidade).GA 63.Petrópolis: Vozes, 2012a.

_______. Ontologie (Hermeneutik der Faktizität). GA 63.Frankfurt am Main: Vittorio Vittorio Klostermann, 1995.

_______. Meu caminho para a fenomenologia. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

_______.Tiempo e historia. Madri: Trotta, 2009.

HUSSERL, E. Investigações lógicas. Sexta investigação (Elementos de uma elucidação fenomenológica do conhecimento). 5. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1992.

_______.A ideia da fenomenologia. Lisboa: Edições 70, 1986.

_______.Ideas relativas a una fenomenología pura y una filosofía fenomenológica. 2. ed. México e Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 1962.

KANT, I. Crítica da razão pura. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001.

_______.Crítica da razão prática. Lisboa: Edições 70, 2008.

_______. Acerca do primeiro fundamento da diferença das regiões do espaço. In: Textos pré-críticos. Porto: Rés, p. 165-174, 1983.

KIRCHNER, R. A temporalidade da presença: a elaboração heideggeriana do conceito de tempo. Rio de Janeiro: Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (UFRJ), 2007.

_______. A fundamental diferença entre o conceito de tempo na ciência histórica e na física: interpretação de um texto heideggeriano. Veritas, v. 57, n. 1, p. 128-142, 2012.

_______. Da ontologia fundamental à pergunta pela essência do ser-aí humano, in: GIL FILHO, S.F.; SILVA, M.A.S. da; GARCIA, R.R. (org.). Ernst Cassirer: geografia e filosofia. Curitiba: Programa de Pós-Graduação em Geografia (UFPR), p. 279-307, 2019.

LYOTARD, J.-F. A fenomenologia. São Paulo: Saber Atual, 1967.

MEDEIROS, T.T.Q. de. Seminar in Zähringen: aspectos da crítica heideggeriana à fenomenologia de Husserl, in: Intuitio, v. 2, n. 3, p. 330-346, 2009.

MORAES, F. de. Heidegger leitor de Aristóteles: a questão do ser. Aufklärung, v. 4, edição especial, p. 3746, 2017.

NASCIMENTO, C.L. do. Cuidado e educação: uma abordagem fenomenológico-hermenêutica. Rio de Janeiro: Via Verita, 2019.

NOVAES DE SÁ, R. As influências da fenomenologia e do existencialismo na psicologia. In: JACÓ-VILELA, A.M.; FERREIRA, A.A.L.; PORTUGAL, F.T. (org.). História da psicologia: rumos e percursos. Rio de Janeiro: Nau, p. 319-338, 2007.

NUNES, B. Passagem para o poético. São Paulo: Ática, 1992.

PALMER, R.E. Hermenêutica. Lisboa: Edições 70, 1986.

PEREIRA, A. Hume e Kant a respeito do inato. Revista de Iniciação Científica da FFC, v. 4, n. 3, p. 193-204, 2004.

PÖGGELER, O. A via do pensamento de Martin Heidegger. Lisboa: Instituto Piaget, 2001.

RICOEUR, P. Interpretação e ideologias. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1977.

SCHLEIERMACHER, F. Hermenêutica: arte e técnica da interpretação. Petrópolis: Vozes, 2004.

STEINER, G. Martin Heidegger. Lisboa: Relógio D’Água, 2013.

XIRAU, J. La filosofía de Husserl: Una introducción a la fenomenología. Buenos Aires: Losada, 1941.

ZILLES, U. A crise da humanidade europeia e a filosofia. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002.