TICs digitais, racionalização nos serviços públicos e as repercussões no INSS
DOI:
https://doi.org/10.22422/temporalis.2024v24n48p301-314Palavras-chave:
Previdência social, TICs digitais, TrabalhoResumo
O presente artigo trata-se de uma pesquisa de natureza documental, fundamentada no método materialista histórico-dialético e versa sobre o processo de digitalização do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) e sua articulação com a racionalização do trabalho nos serviços públicos, apontando alguns dos rebatimentos e consequências para os servidores e a população usuária dos serviços prestados pela autarquia. O uso das tecnologias na acumulação capitalista é problematizado, suscitando a reflexão sobre a quais interesses atende e quais são os objetivos de sua incorporação e avanço nos serviços públicos, tendo como referência de análise o Instituto Nacional de Seguro Social. Diante da reestruturação produtiva do capitalismo, da redefinição das funções do Estado e das mudanças que atingem o trabalho, aprofundamos sobre o avanço do uso das Tecnologias da Informação e Comunicação digitais no serviço público alinhado ao desmonte da seguridade social, com destaque para a política de previdência social e as consequentes repercussões na autarquia federal. O artigo está estruturado em duas seções: “Contrarreforma do Estado: o trampolim para a plataformização dos serviços públicos?” e “INSS Digital e a era do teletrabalho”.
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