AS REPRESENTAÇÕES DO FEMININO NO IDEÁRIO DO MATRIMONIO EM PORTUGAL NO BAIXO MEDIEVO

Autores

  • Laila Lua Pissinati Universidade Federal do Espírito Santo

Resumo

Na sociedade portuguesa do século XV, a situação da mulher e do homem eram claramente distintas. Havia relativa liberalidade para a satisfação dos desejos masculinos, desde que fossem preservadas as mulheres de status elevado. Contudo, as mulheres pertencentes a estamentos inferiores poderiam ser seduzidas e tornadas barregãs. Embora a desigualdade de gêneros seja anterior ao cristianismo, o discurso cristão foi fundamental para a propagação da misoginia. A Igreja  estabeleceu uma dualidade entre o homem (razão e mente) e mulher (corpo e desejo). Havia a ideia, de que a mulher levava o homem ao pecado, pois ela era sempre comandada pelos desejos da carne, e, logo, estava distante do espírito de Deus. O matrimônio que era considerado sagrado e indissolúvel, era, ao mesmo tempo, tido como pecaminoso, uma canalização aos desejos. Levava-se em conta os interesses econômicos, políticos e sociais do casamento, uma espécie de acordo interfamiliar, não importando os laços afetivos  dos  cônjuges.  Por  meio  da  análise  das  crônicas  produzidas  no  período proposto, esse artigo analisará os discursos da Igreja Católica, que permeavam aquela sociedade, sobre a moral da mulher e sua sexualidade, bem como seu lugar dentro do matrimônio.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Publicado

20-01-2016