MODERNIDADE E COLONIALISMO; MODERNITY AND COLONIALISM

SOBRE A CEGUEIRA HISTÓRICO-SOCIOLÓGICA DAS TEORIAS DA MODERNIDADE; ON THE HISTORICAL-SOCIOLOGICAL BLINDNESS OF THE THEORIES OF MODERNITY

Resumo

Critica-se no artigo a cegueira histórico-sociológica assumida pelas teorias da modernidade contemporâneas (por exemplo, em Weber e Habermas), com o objetivo de tematizar filosófico-sociologicamente o processo de modernização ocidental em termos de uma teoria crítica da sociedade. A cegueira histórico-sociológica acerca da reconstrução do processo demodernização ocidental é caracterizada basicamente pela separação entre modernidade cultural europeia e modernização socioeconômica europeia, bem como pelo apagamento do colonialismo como base e consequência do processo de modernização ocidental, o que conduz à ideia de que a modernidade europeia é um processo de desenvolvimento autorreferencial, auto-subsistente e endógeno. A partir disso, o argumento central do artigo consiste em que as teorias da modernidade não podem fundar um paradigma normativo para a teoria social crítica baseado na modernidade cultural por causa de sua cegueira histórico-sociológica. Assim, se nós queremos um conceito normativo para a teoria social crítica, nós devemos partir exatamente do desvelamento, da crítica e da desconstrução dessa cegueira histórico-sociológica.

Abstract

This paper is aimed at analysing, from a philosophical and sociological point of view, the process of Western modernization in terms of a critical social theory. In order to do that, I will criticize the historical-sociological blindness characterizing contemporary theories of modernity (as in those of Weber and Habermas). The historical-sociological blindness regarding the reconstruction of the process of Western modernization is basically characterized by the separation between European cultural modernity and European social-economic modernization, to the deletion of colonialism as basis and consequence of the process of Western modernization, which leads to the idea that European modernity is a self-referential, self-subsistent and endogenous process of development. The central argument of this paper is that the theories of modernity cannot provide a normative paradigm for critical social theory based on cultural modernity because of this historical-sociological blindness. Therefore, the elaboration of a normative concept for critical social theory should start by unveiling, denouncing and deconstructing this historical-sociological blindness of the theories of modernity.