O mundo como arquétipo e como sombra: sobre a assimilação de Schopenhauer da teoria das ideias de Platão
DOI:
https://doi.org/10.47456/sofia.v7i2.20884Resumo
Nos propomos nesse artigo a contribuir à apreciação da assimilação de Schopenhauer da teoria das Ideias de Platão, por meio da comparação da interpretação schopenhaueriana dessa doutrina com sua exposição platônica. Para tanto, partiremos do roteiro de leitura da teoria das Ideias de Platão recomendado por Schopenhauer em suas preleções na Universidade de Berlim (1820), e que destaca trechos de Filebo, A República e O Banquete. Após sua análise, defenderemos que Schopenhauer assume e ressignifica a distinção platônica entre o mundo como protótipo e cópia, associando o primeiro às forças naturais fundamentais, e o segundo, aos fenômenos do princípio de razão suficiente. Mostraremos também que Schopenhauer espera “corrigir”[1] a “psicologia racional” de Platão, com o argumento de que “o conhecimento sem a intuição, que é intermediada pelo corpo, não possui estofo algum”[2], seguido da radicalização da teoria platônica de que o belo intuitivo facilita o conhecimento das Ideias.[1] SCHOPENHAUER, A. Parerga und Paralipomena – Band I, 1895, §4, p. 52. Salvo quando haja outra indicação, as traduções de Schopenhauer serão de nossa autoria
[2] Ibidem.
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