O caráter metapoético da prosa de Hilda Hilst: uma análise do narrador inconsciente intruso em “Fluxo”
DOI:
https://doi.org/10.47456/contexto.v1i42.38230Resumo
RESUMO: O presente artigo propõe uma análise do conto “Fluxo”, de Hilda Hilst, tendo como linha guia o tema da incomunicabilidade. Partindo da crítica de Sontag à interpretação, consideramos improdutiva uma leitura da prosa de Hilst que busca apenas desvendar o significado da narrativa. Por isso, analisamos primeiramente suas características poéticas, que depois serão assimiladas numa análise da estrutura narrativa. O texto de Hilst é apresentado como uma estratégia paradoxal de construir uma demolição da interpretação por meio de repetições, autoexplicações, suspensões e vazios, estando sempre marcado por um narrador autocrítico. Com isso, ressaltamos o aspecto metapoético da prosa de Hilst, entendendo-o, assim, como estruturado por uma aporia entre o narrador-criador e o narrador-criatura. Tal caráter se revela na representação da experiência da escrita literária, tanto naquilo que tem de mais objetivo como abstrato.
PALAVRAS-CHAVE: Hilda Hilst; Fluxo; Metapoética; Narrador inconsciente intruso.
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