EDUCAÇÃO ESCOLAR E RESISTÊNCIA: A (DES)QUALIfiCAÇÃO DO ENSINO E A OBNUBILAÇÃO DA CONSCIÊNCIA

Autores

  • Lígia Márcia Martins
  • Saulo Rodrigues Carvalho

DOI:

https://doi.org/10.22535/cpe.v22i46.19330

Resumo

Este artigo tem como objetivo apresentar, em  primeiro plano,  as relações entre a acumulação do capital e a educação escolar, apontando a confluência entre o caráter cíclico do modo de produção capitalista e o distanciamento do atendimento, por parte da escola, de sua função precípua, qual seja: operar a serviço do desenvolvimento, em cada indivíduo, das capacidades requeridas à inteligibilidade acerca da realidade concreta, isto é, do desenvolvimento da consciência em suas máximas possibilidades. Sem perder de vista a natureza contraditória da relação entre escola e sociedade, expressa na tensão entre formação e (de)formação humana, destaca a premência pela resistência à dilapidação das possibilidades desenvolventes e humanizadoras da educação escolar, sobretudo pública, advogando, como tal, o ensino dos conhecimentos historicamente sistematizados e referendados pela prática social humana,  na ausência dos quais a consciência das pessoas permanece subjugada ao aparente e ao pseudoconcreto.

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