INFÂNCIA E CIDADE: DESAFIOS DA PARTICIPAÇÃO E DA REPRESENTAÇÃO

Autores

  • Beatriz Corsino Pérez
  • Brígida Lorana S. Rodrigues Silva
  • Caroline Abrantes de Vasconcelos Coelho

DOI:

https://doi.org/10.22535/cpe.v21i49.26102

Resumo

Crianças são representadas nas esferas públicas por adultos que falam sobre e por elas, muitas vezes, sem se questionarem sobre como ocupam este lugar. Pensando sobre os dilemas da representatividade, foi realizada uma parceria com o Conselho Municipal de Direitos, no município de Campos dos Goytacazes/RJ com o objetivo de construir espaços de fala e de participação política com crianças e adolescentes. Neste artigo, analisamos as oficinas realizadas com 60 crianças de 4 a 12 anos, moradoras de diferentes bairros, onde buscamos conhecer suas realidades e olhares sobre a cidade. Destacaram falas sobre as desigualdades sociais, a falta de cuidado com a natureza, de responsabilidade com o que é comum e a ausência de espaços de encontro entre os moradores. Notamos que as crianças também mobilizam estratégias para se apropriarem de espaços que lhes são negados, não aceitando passivamente a sua condição, mas se revelando nas interações com a cidade. Algumas crianças, que tinham sido removidas de suas casas e realocadas num conjunto habitacional, falaram sobre o rompimento dos vínculos afetivos com o lugar e as dificuldades de se adaptarem a nova realidade. Tem sido um grande desafio produzir diálogos intergeracionais, nos quais as demandas levantadas pelas crianças possam ser ouvidas e encaminhar ações daqueles que as representam.

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Publicado

25-06-2019