O auxílio emergencial como gestão estatal da força de trabalho
Resumo
Esse trabalho busca contribuir no debate sobre o papel do Estado na economia a partir da crítica da economia política, tendo como objeto de análise a implementação e os efeitos do Auxílio Emergencial criado, no Brasil no início de 2020, em resposta aos efeitos socioeconômicos da pandemia da COVID-19. Como um programa de transferência de renda, o AE destinou um benefício em dinheiro a pessoas ou a famílias a título de prover proteção social, alcançando uma cobertura populacional de 46,8%, em 2020, e de 39,3%, em 2021. No total, o AE distribuiu na forma de benefícios mais de R$297,8 bilhões, em 2020, e R$60,2 bilhões, em 2021. Com isso, atuou, principalmente, na mitigação das situações de pobreza e na manutenção das economias municipais, permitindo ao Estado cumprir sua função em relação à gestão estatal da força de trabalho e expondo a falácia do discurso liberal.