A dimensão política da formação em serviço social
Abstract
A realidade da formação em Serviço Social no Brasil demonstra a necessidade de que a categoria profissional, portadora de um arcabouço político de luta, se articule enquanto categoria e também na questão da formação profissional para que não se perca a direção social assumida no projeto profissional e no projeto de formação da ABEPSS, que proporciona um compromisso político com a classe trabalhadora e Movimentos Sociais.
Assim, nessa luta em defesa do projeto Ético Político profissional, a ABEPSS articula com CFESS, CRESS, ENESSO, Centro Acadêmicos de Serviço Social – CASS e outras entidades e Movimentos Sociais que privilegia a formação, exercício profissional (ABREU, 2008).
Nesse ínterim, necessita-se de um maior reconhecimento da ABEPSS como Associação acadêmico-político e científica e que fortaleça sua adesão, tendo em vista que hoje poucas instituições de ensino são associadas a essa Associação, que traz em seu bojo e trajetória uma orientação pela perspectiva da emancipação humana e luta pelo projeto de formação alinhada ao projeto profissional do Serviço Social.
É preciso também que a categoria se organize através do conjunto CFESS/CRESS e Movimentos Sociais, lutando não só pela efetividade do Projeto Ético Político, mas também pela emancipação humana em articulação com o projeto societário da classe trabalhadora.
E aos estudantes de Serviço Social, que se articule em Movimentos Sociais e no ME, como um Movimento Social, através da ENESSO e em CASS, importantes para o trabalho de base da Executiva do Curso de Serviço Social.
As três entidades, ABEPSS, conjunto CFESS/CRESS e ENESSO “de forma articulada, traçam planos de lutas coletivas para a defesa da direção social e política expressa pela categoria profissional, seja na formação ou no exercício profissional” (GOIN; RENDUELES; PRATES, 2016, p. 76).
E para tanto, não pode se perder a convicção de que a legitimidade política e a capilaridade organizativa, que constituem lutas históricas da categoria profissional, permitem articular, organizar, pactuar a categoria em lutas coletivas e em Movimentos Sociais na direção de uma nova ordem societária e assim de efetivação do projeto ético político profissional e do projeto de formação da ABEPSS (YAZBEK, 2014).
Pensar a formação na atualidade, tomando como base o projeto da ABEPSS, é “[...] posicionar-se com radicalidade teórica e política contrária ao avanço do endeusamento ao mercado e em favor da democratização da dimensão pública do Estado” (SILVA, 2010, p. 422). Assim, a criação de uma nova forma educacional – não só da formação/educação em Serviço Social, mas a educação em uma maneira ampliada e como função social - requer romper com a lógica do capital, o que é crucial para a educação cumprir seu papel (ISTVÁN, 2008).