Repensando Cidadania: Pertencimento e exclusão na cidade neoliberal
Abstract
O sentido mais comumente aceito de cidadania se expressa pelo modelo democrático-liberal, resumido na célebre sentença de Hannah Arendt, que define cidadania como o “direito a ter direitos”. Essa visão é reproduzida em estudos sobre refugiados, que veem na obtenção da cidadania o caminho para alcançar melhores condições de vida. Porém, a realidade dos cidadãos pobres em diferentes cidades do mundo explicita a falácia desse argumento e revela como uma massa crescente de cidadãos vive hoje sem acesso a direitos elementares. A partir dos estudos críticos de Henri Lefebvre sobre as exclusões no espaço urbano, o presente artigo pretende mostrar como refugiados e cidadãos de segunda classe compartilham a falta de direitos e espaços, nas cidades produzidas e dominadas pelo capital.