Mazelas da COVID-19 e da desigualdade social no Brasil
Abstract
A desigualdade social é uma problemática vivida no Brasil desde sua colonização. A separação da comunidade em classes, torna o acesso a direitos diferentes. No Brasil, 1% da população detém 49,3% de toda a riqueza do país, deixando nítida a enorme disparidade de renda. Ao olhar para a desigualdade racial, encontra-se 55,8% de brasileiros pretos, mas essa maioria quantitativa não é o suficiente para garantir que o Estado cumpra com o dever de assegurar que essa população terá seus direitos constitucionais preservados e em exercício. A pandemia de Covid-19, que deixou 36.866.658 contaminados e 697.345 mortos no Brasil, é um objeto de análise que constata o quanto a desigualdade social, seja na ótica da renda ou do racismo estrutural, está atrelado ao número elevado de óbitos. Embora o vírus não escolha a quem contaminar, a propensão do contágio e proliferação do vírus foram em regiões mais carentes, onde medidas preventivas são mais escassas por questões econômicas, bem como o tratamento pós contaminação, fazendo com que os mais atingidos nesta crise fossem os negros e pobres do pais. As políticas públicas agem como mecanismos que possibilitam a tentativa de corrigir esse hiato entre as classes a fim de chegar o mais perto possível de uma equidade social. Dado que, os problemas de saúde estão ligados a problemas econômicos e sociais, o Estado e suas ferramentas multissetoriais precisam estar atentos e operantes, para fazer valer os direitos constitucionais de cada cidadão independente de sua classe ou raça.