A atuação do assistente social com jovens egressos de medidas socioeducativas
Resumen
Este estudo se refere à análise da atuação do Serviço Social com jovens egressos de medidas socioeducativas. Observa-se que os profissionais de Serviço Social possuem ampla inserçãonos domínios da política de atendimento socioeducativo, inclusive no acompanhamento de egressos. No Programa Estadual de Acompanhamento ao Adolescente Desligado das Medidas Socioeducativas de Internação e Semiliberdade em Minas Gerais – “Programa Se Liga”, o Assistente Social ocupa o cargo de “Técnico Social”, e é demandado para elaboração do plano de acompanhamento do adolescente, articulando, além das dimensões teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa da prática profissional, os eixos: Saúde; Cultura, Esporte e Lazer; Família; Profissionalização; Educação; e Trabalho e Renda. Esse artigo tem por objetivoanalisar o perfil dos jovens egressos de medida socioeducativa de internação e semiliberdade de Juiz de Fora e Muriaé acompanhados pelo Se Liga e a atuação do Serviço Social neste. Para a realização do objetivo propostorealizou-se um estudo bibliográfico acerca da temática, e coletas de dados das informações contidas nos instrumentais utilizados pelo profissional, no período de junho de 2015 a junho de 2016. Com relação ao perfil dos jovens acompanhados, foram utilizados dados referentes ao ano de 2014, e observou-se que a maioria apresenta grande defasagem escolar, inserção no mercado de trabalho informal, baixa renda familiar, vínculos familiares fragilizados, dentre outros. No processo de trabalho do Serviço Social verifica-se a utilização da maior parte do tempo para elaboração de registros técnicos. O Serviço Social é responsável por realizar encaminhamentos para rede socioassistencial, sendo a maioria encaminhamentos relativa ao mercado de trabalho formal. A partir da pesquisa realizada, notamos que diversos desafios são colocados aos profissionais no campo sociojurídico, na prevenção secundária à criminalidade, haja vista as demandas apresentadas pelos jovens e seus familiares, e a dificuldade de articulação com a rede socioassistencial. Afirmamos que se deve compreender a realidade da prática profissional, considerando o complexo contexto do atendimento socioeducativo, com ênfase nos desafios e possibilidades para o Serviço Social, pressupondo a contextualização do indivíduo histórica e socialmente, e dos elementos sociais que mascaram sua condição de classe, marcada pela exclusão, pobreza, exploração e desigualdade social.