“Nem parece banco”: as faces da financeirização da Educação Superior no Brasil

Autores

  • Andréa Araujo do Vale

Resumo

O presente trabalho visa explorar e analisar o desenvolvimento do processo de financeirização da educação superior no Brasil. Desde meados dos anos 2000, a educação superior privado-mercantil passa por um processo de financeirização que se articula a dois vetores: os movimentos da financeirização no bojo do capitalismo brasileiro e a particularidade brasileira, em sua conformação histórica do padrão de educação superior no país. O processo de mercantilização, privatização e empresariamento da educação superior brasileira se realizou contando com o fundo público na sua constituição e avança, no período da financeirização, conformando a sustentação de parcela significativa dos lucros destas empresas educacionais. Diante da crise que se reflete mais agudamente sobre o Brasil a partir de 2013/14, as empresas educacionais acionam novas estratégias de conquista/manutenção de mercado: acirramento do processo de concentração e centralização de capital, reforçando a criação de grandes oligopólios empresariais-educacionais, engendramento de um processo de “bancarização” das empresas educacionais, em que estas, por convênios, parcerias ou mesmo per se, passam a financiar o estudante com taxas e condições próximas àquelas ofertadas pelo financiamento estatal (FIES), bem como ampliam sua organização para o processo de disputa do fundo público. Pleiteiam ainda possíveis alunos a partir de outras estratégias: mudanças no modelo de oferta de EaD, oferta de cursos técnicos como chamariz, criação de seguros educacionais, “subsídios” para o financiamento privado e a reorganização da Graduação Tecnológica.

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Publicado

08-08-2017

Edição

Seção

Mesa coordenada O direito à educação superior e a mercantilização do ensino superior brasileiro