O trabalho do serviço social em seccionais e delegacias especializadas
Resumen
Pontuamos uma discussão a cerca da atuação do profissional de Serviço Social na área da Segurança Pública, em Belém do Pará, destacando a categoria trabalho, essa como objeto de estudo da pesquisa, nossa ênfase se dá sobre o agir profissional do assistente social na Policia Civil. E ao destacarmos a categoria trabalho, Lukacs (1978) ressalta sobre as transformações e habilidades que os homens adquiriram, pois o trabalho é o principal meio para o ser humano se relacionar socialmente, além desse ser fundante do ser social, ou seja, foi através da transformação da natureza que o homem foi criando habilidades, desenvolvendo a linguagem, o pensamento, a consciência e a capacidade de se relacionar socialmente, (LUKACS, 1978).
E para haver essa detenção do homem sobre os meios de produção, este passa a ter um maior domínio sobre a natureza, e de acordo com Marx (1983):
Antes de tudo, o trabalho é um processo entre o homem e a Natureza, um processo em que o homem, por sua própria ação, media, regula e controla seu metabolismo com a Natureza. Ele mesmo se defronta com a matéria natural [...] a fim de apropriar-se da matéria natural numa forma útil para sua própria vida. Ao atuar, por meio desse movimento, sobre a natureza externa a ele e ao modificá-la, ele modifica, ao mesmo tempo, sua própria natureza (MARX, 1983, p. 149).
Então, o trabalho, para Marx (1983), se realiza através de processos que possuem componentes fundamentais, entre esses a força de trabalho que leva a um fim para seu objetivo, é considerado um dos principais meios para os homens sobreviverem.
No Serviço Social refletimos a cerca dos atendimentos realizados nas instituições de Segurança Pública, este é importante, pois utiliza a categoria mediação, a qual é utilizada pelos profissionais atuantes, então para Pontes (1997, p. 77) “[...] a categoria mediação não é uma estrutura nascida nas “máquinas do intelecto”, mas de fato, ela é componente do ser social [...]”; (SPOSATI, 1985, p. 72 apud PONTES, 1997, p. 113) considera que mediação “[...] é aqui entendida como as passagens que o assistente social realiza no cerne das relações sociais capitalistas de produção e que vinculam os movimentos pelos quais se efetiva sua prática”.
Para realização desta pesquisa utilizamos como metodologia a pesquisa exploratória, de campo, e a pesquisa qualitativa, pois se buscou valorizar a relação entre assistente social e usuário, visando compreender a subjetividade do sujeito ou grupo. Como instrumental utilizamos a entrevista aberta, essas foram gravadas com intuito de resgatar a fala integral do entrevistado.
Contudo, observamos que o Serviço Social vinculado à Segurança Pública é uma área em desenvolvimento, e por meio da pesquisa com os profissionais das Seccionais e Delegacias Especializadas, apreendemos que esses atuam com crimes de menor potencial ofensivo, têm seu trabalho limitado por questões burocráticas que lhes são impostas pela própria instituição, além de não oferecem subsídios materiais, para efetivação do trabalho; e como reinvindicação pedem agentes militares qualificados para o acompanhamento das visitas domiciliares; além de melhores condições de trabalho; aumento de salários, etc. sendo essas algumas das exigências profissionais para garantirem a efetivação do trabalho.
Face aos relatos dos profissionais analisamos que são limitados para atingirem seus objetivos, e buscam reconhecimento dentro da Segurança Pública, a pesquisa nos possibilitou observar as dificuldades enfrentadas pela categoria cotidianamente devido à falta de apoio e investimento na Instituição Polícia Civil em especial ao Setor Social.
REFERENCIAS
LUKACS, G. As bases ontológicas da atividade humana. Tradução de Carlos Nelson Coutinho. São Paulo: Livraria Editora Ciências Humanas, 1978.
MARX , K. Capítulo V- O Processo de Trabalho e o Processo de Produzir Mais Valia. In: O Capital: Crítica da Economia Política. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
PONTES, Reinaldo Nobre. Mediação e Serviço Social: um estudo preliminar sobre a categoria teórica e sua apropriação pelo serviço Social. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1997.