O trabalho de equipes multidisciplinares na assistência estudantil no âmbito da política educacional

Resumen

Este trabalho apresenta resultados do projeto de pesquisa de Iniciação Científica “O Trabalho de Equipes Multidisciplinares na Assistência Estudantil no âmbito da Política Educacional”[1],. Caracteriza-se como um subprojeto que direciona o estudo para atuação de equipes multidisciplinares no âmbito da assistência estudantil, tendo o Instituto Federal de Brasília (IFB) como um caso "paradigmático". São recentes os estudos sobre equipes mínimas multiprofissionais no âmbito da educação, por isso, o IFB foi selecionado como campo de pesquisa e caso paradigmático por possuir uma equipe mínima multiprofissional estabelecida e regulamentada, composta por assistentes sociais, pedagogos e psicólogos, sendo campo privilegiado para analisar como as relações multiprofissionais ocorrem na execução de uma política pública como a da assistência estudantil. O estudo se qualifica como uma revisão bibliográfica qualitativa de abordagem marxiana para a leitura e interpretação da realidade. A metodologia adotada contou com alguns instrumentais de pesquisa, como: um questionário aplicado a profissionais das equipes multiprofissionais de várias unidades dos IFBs, que foram previamente selecionados; e oficinas de validação da pesquisa que contaram com a participação de profissionais do IFB e de outras instituições. Pereira (2014) destaca que a intersetorialidade é uma importante categoria para o estudo, uma vez que se caracteriza como um instrumento de gestão que exige novas práticas, assim como pesquisas, planejamentos e avaliações para a realização de ações conjuntas. Há de se pensar a equipe mínima, como esferas interpenetradas, em que são respeitadas as suas identidades profissionais, porém há uma transversalidade no trabalho, por base da comunicação e de instrumentos operacionais e metodológicos comuns. Nesse sentido, Pereira (2014) considera que o prefixo inter- revela uma relação dialética num todo unido, ou seja, numa totalidade. O confronto dialético opõe o novo ao velho, busca pelos níveis de abstração mais profundos para a melhor compreensão da essência. A intersetorialidade assume papel de decisões e ações representadas na objetividade da unidade e, no referido estudo, a política de assistência assume espaço de ponto comum da intregalidade com vistas à efetivação da política. Os Institutos Federais são instituições autárquicas com excelente avaliação nacional e compreende os ensinos técnicos, médio e superior – essa é a sua especificidade. Porém, cada unidade do instituto tem vocações específicas e o corpo de estudantes é diversificado conforme esses direcionamentos e também por uma questão geográfica, já que os IFBs não se concentram na zona central de Brasília, mas estão localizados em várias Regiões Administrativas que divergem na perspectiva socioeconômica. A Política de Assistência Estudantil visa assegurar por meio do Programa Nacional de Assistência Estudantil – PNAES as garantias de permanência, versando acerca da igualdade. Para além da igualdade, buscamos reforçar os conceitos de equidade, com um olhar diferenciado, tratar diferente aquele que é diferente. Para tal, verificamos a necessidade se mudanças teórico-metodológicas e técnico-operacionais na assistência estudantil, bem como a reformulação e criação de novos instrumentos em conjunto, operados por todos os profissionais que compõem a equipe mínima. Yannoulas (2016) evidencia que os novos desafios à equipe multidisciplinar são observados a partir da problematização dos profissionais nas entrevistas e nas oficinas de validação, no que se refere às novas questões que têm sido demandadas e que são relacionadas à diversidade cultural, regional, étnico-racial, sexual e relacionado às deficiências. Por conseguinte, tanto no campo teórico, quanto nos campos de atuação profissional em que exista o trabalho de uma equipe multiprofissional, há uma necessidade de se debater, de forma articulada e discutir avançando no que diz respeito à intersetorialidade e o trabalho das equipes mínimas multiprofissionais. Deve-se pautar a dimensão técnico-operativa na busca pela superação de falhas nas comunicações estabelecidas, respeitando as diferentes abordagens teórico-metodológicas do saber e revisando os instrumentais comuns, para que efetivamente respondam as novas demandas, espontâneas ou não e que têm exigido respostas inovadoras por parte dos profissionais.


[1] Este é um desdobramento do projeto de pesquisa maior intitulado “O Trabalho das Equipes Multidisciplinares nas Escolas e na Política Educacional” desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa TEDis – Trabalho, Educação e Discriminação.

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Publicado

04-06-2018