Condições de Trabalho dos/as Assistentes Sociais: Política de Assistência Social

Autores

  • Luna Alves de Souza Rodrigues
  • Silvia Neves Salazar

Resumo

O presente estudo objetiva analisar, por meio dos artigos publicados nos Congressos Brasileiros de Serviço Social de 2007, 2010 e 2013, as condições de trabalho do Assistente social na política de assistência social. Para o desenvolvimento desta pesquisa realizamos uma pesquisa documental utilizando como fonte os anais (disponíveis nos CD-ROM) dos referidos congressos. Para seleção do corpus empírico utilizamos como palavras-chave: Política de Assistência Social, onde selecionamos o total de 192 trabalhos a respeito dessa temática. Buscamos através da leitura dos resumos de cada um dos artigos, identificar aqueles que propunham discutir as seguintes categorias: condições de trabalho, precarização do trabalho, transformações societárias, vínculos de trabalho e intensificação do trabalho. Neste processo identificamos 35 trabalhos que versavam sobre as condições de trabalho do/a assistente social no âmbito da política da assistência social. Tais artigos demonstraram um pouco da realidade vivenciada pelos/as Assistentes Sociais em seus espaços sócio-ocupacionais no âmbito da política de Assistência Social. Com base nesses relatos foi possível identificar muitos limites para esses/as profissionais exercerem um trabalho qualificado, diante do cenário caótico de precarização e intensificação do trabalho presente na realidade contemporânea. Ao compreendermos essa lógica do capital, apreendemos através dos artigos analisados que, sobre o cotidiano de trabalho destes profissionais, praticamente todos os artigos analisados apresentavam expressões da precarização como uma tendência que se consolida no dia-dia do trabalho. Sendo assim, identificamos que o trabalho torna-se intensificado à medida que os novos vínculos empregatícios são criados com intencionalidade de promover cada vez mais vínculos frágeis, temporários e precários. Outro aspecto identificado é que em meio a tantos limites, a profissão também tem buscado encontrar novas possibilidades, diante dessa lógica imposta pelo sistema capitalista. Na luta pelos direitos sociais que foram arduamente conquistados pela classe trabalhadora, profissionais de Serviço Social tem buscado pautar suas ações em sintonia com o projeto ético político. Tais ações direcionadas pela busca da democratização e universalização dos serviços sociais são fruto de muita luta e resistência da categoria, na busca de avanços para a política em questão. Embora ainda marcada por uma série de limites, identificamos em vários dos artigos analisados que, a criação da PNAS, implementação do SUAS e NOB-RH, expressam importantes avanços para os/as trabalhadores envolvidos nesta área. Entretanto, destacamos que, no contexto da intensificação e precarização do trabalho o cenário aponta para retrocessos neste campo.

Nesta direção, não há como negar que o tensionamento entre o projeto ético político do Serviço Social e o projeto conservador do capital, expressam na realidade concreta das condições de trabalho dos/as assistentes sociais inseridos na Política de Assistência Social, dois projetos antagônicos, mas que aponta a resistência e luta desta profissão.

Palavras Chave: Assistência Social. Condições de Trabalho. Serviço Social. Precarização.  CBAS.

 

Referências

 

MOTA, Ana Elizabete; MARANHÃO, Cézar Henrique (Org.). O mito da assistência social: ensaios sobre estado, política e sociedade. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2009.

 

IAMAMOTO, Marilda Villela. O Serviço Social na Contemporaneidade: Trabalho e Formação Profissional. São Paulo: Cortez, 1998.

 

 

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Publicado

08-08-2017