Nietzsche e a metafísica de artista

Apropriações de fórmulas kantianas, schopenhauerianas e pré-socráticas em O nascimento da tragédia

Auteurs

  • Gabriel Herkenhoff Coelho Moura UFPR

DOI :

https://doi.org/10.47456/en.v14i1.39153

Mots-clés :

metafísica, imanência, filosofia crítica, filosofia pré-socrática

Résumé

Em seu livro de estreia, O nascimento da tragédia, Nietzsche apresenta aquilo que entende por uma metafísica da arte ou metafísica de artista. Como fica esclarecido ao longo do argumento desenvolvido na obra, seu propósito é propiciar uma justificação da existência e do mundo como fenômeno estético. O caminho à sua metafísica passa pela interação com fórmulas kantianas e schopenhauerianas, e por um profundo diálogo com a cultura grega em geral e, de modo indireto, com o pensamento pré-socrático. O propósito deste artigo é delimitar as retenções e deslocamentos da tradição crítica em seu livro de 1872 e acentuar a importância da interlocução com o repertório cultural grego na formação de sua metafísica de artista. Em particular, a hipótese de trabalho é que Nietzsche encontra, nessas aproximações e apropriações das tradições filosóficas crítica e arcaica, a possibilidade de uma metafísica imanente no contexto pós-kantiano, elaborada como uma fisiologia (em sentido antigo) com viés estético.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Références

ARISTÓTELES. Fragmentos dos diálogos e obras exortativas. Trad. António Caiero. Lisboa: Imprensa Nacional, 2010.

______. Metafísica. Trad. Marcelo Perine. São Paulo: Edições Loyola, 2002. BARBERA, S. La théorie de la ‘double connaissance du corps’ chez Schopenhauer:

genèse de l'écriture, genèse du système. Genesis, n. 22, 2003, p. 53-68. BURNET, J. Early Greek Philosophy. London: A & C Black, 1920, 3 ed. DOI: https://doi.org/10.3406/item.2003.1276

BRANDÃO, E. A concepção da matéria na obra de Schopenhauer. São Paulo: Humanitas, 2008.

BRANDÃO, J. S. Mitologia grega (Vol. II). Petrópolis: Vozes, 1987.

CACCIOLA, M. L. Schopenhauer e a questão do dogmatismo. São Paulo: Edusp/Fapesp,

CAMPIONI, G. Ceticismo no jovem Nietzsche: das sugestões de Lange ao ensaio Sobre verdade e mentira em sentido extramoral. Cadernos Nietzsche, v. 40, n. 3, p. 11-33, 2019. DOI: https://doi.org/10.1590/2316-82422019v4003gc

CONSTÂNCIO, J. Arte e niilismo: Nietzsche e o enigma do mundo. Lisboa: Tinta-da-China, 2013.

CORNFORD, F. Plato’s Cosmology: The Timaeus of Plato. Indiana: Hackett, 1997. HADOT, P. O Véu de Ísis: ensaio sobre a história da ideia de natureza. Trad. Mariana

Sérvulo. São Paulo: Edições Loyola, 2006.

JANAWAY, C. Schopenhauer: A Very Short Introduction. New York: Oxford University Press, 2002. DOI: https://doi.org/10.1093/actrade/9780192802590.001.0001

JANZ, C. P. Nietzsche: uma biografia (Vol. I). Trad. Markus Hediger e Luís Sander. Petrópolis: Vozes, 2016.

KANT, I. Crítica da razão pura. Trad. de Manuela P. dos Santos e Alexandre F. Morujão. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001.

______. Prolegômenos a toda metafísica futura. Trad. Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 1988.

KIRK, G. S.; RAVEN, J. E.; & SCHOFIELD, M. Os filósofos pré-socráticos. Trad. Carlos Alberto Louro Fonseca. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2010, 7a ed.

LANGE, F. History of materialism and criticism of its present importance (Vol. III). Transl. Ernest C. Thomas. London: Trübner & Co, 1881. DOI: https://doi.org/10.1037/12829-000

LOPES, R. Ceticismo e vida contemplativa em Nietzsche. Tese (Doutorado): UFMG, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Belo Horizonte, MG: [s.n.], 2008.

MACHADO, R (Org.). Nietzsche e a polêmica sobre o nascimento da tragédia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.

MOURA, G. H. C. A filosofia mundana de Nietzsche: entrelaçamentos fisiológicos-estéticos na crítica à metafísica. 2020. 383 f. Tese (Doutorado em Filosofia) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2020.

NIETZSCHE, F. Digitale Kritische Gesamtausgabe Werke und Briefe. Paris: Nietzsche Source, 2009. Disponível em www.nietzschesource.org/eKGWB. Último acesso: 14 set. 2022

______. Ecce homo. Trad. Paulo C. de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

______. La filosofía en la época trágica de los griegos. Trad. Luis Claros. Madrid: Valdemar, 1999.

______. Los filósofos preplatónicos. Trad. Francesc B. Balbastre. Madrid: Editorial Trotta, 2003.

______. O nascimento da tragédia. Trad. Jacó Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

PASCHOAL, A. E. Nietzsche e a boa forma de retribuir ao mestre. Aurora, v. 20, n. 27, p. 337-350, 2008. DOI: https://doi.org/10.7213/rfa.v20i27.1735

REIBNITZ, B. v. Ein Kommentar zu Friedrich Nietzsche, »Die Geburt der Tragödie aus dem Geiste der Musik« (Kap. 1-12). Stuttgart: Metzler, 1992.

SALAQUARDA, Jörg. Nietzsche und Lange. Nietzsche-Studien, 7, p. 236-260, 1978. SCHOPENHAUER, A. El mundo como voluntad y representación (Tomo II). Trad. Pilar DOI: https://doi.org/10.1515/9783110244274.236

de S. María. Madrid: Editorial Trotta, 2003.

______. O mundo como vontade e representação. Trad. Jair Barboza. São Paulo: Unesp, 2005.

ZIMMER, H. Philosophies of India. London: Rutledge & Kegan Paul Ltd., 1953. ZÖLLER, G. Schopenhauer on the self. In: JANAWAY, C. (Ed.). The Cambridge

Companion to Schopenhauer. Cambridge: Cambridge University Press, 2006.

Téléchargements

Publiée

19-10-2023