Nietzsche entre Tristão e Carmen

Autores

  • Paolo D'Iório CNRS

Resumo

“Não se trata apenas de pura maldade se, neste escrito, elogio Bizet à custa de Wagner”; assim Nietzsche abre O caso Wagner, seu panfleto de 1888. Com efeito, não se trata de pura maldade, uma vez que, por meio de Wagner, Nietzsche trata, em geral, mais da questão da decadência europeia. Mas também porque o gosto musical refinado de Nietzsche tinha reconhecido imediatamente a beleza da obra-prima de Bizet desde sua primeira audição, em 27 de novembro de 1881, no Teatro Paganini, de Gênova, quando o filósofo ficou fascinado. Alguns dias depois, ele comprou a partitura de Carmem e a encheu de anotações à margem, enviando-as a Veneza, ao seu amigo Peter Gast. A análise dessas notas marginais nos permite esclarecer certos aspectos do contraste, esboçado por Nietzsche, entre a força da definição psicológica de Carmem e a filosofia metafísica de Tristão e Isolda, de Wagner.

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Biografia do Autor

Paolo D'Iório, CNRS

Doutor em Filosofia pela Escola Normal Superior de Pisa, pesquisador do ITEM – Instituto de Textos Modernos (CNRS/ENS de Paris), diretor do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) de Paris

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Publicado

06-03-2023

Edição

Seção

Artigos