O perfilamento racial em Nietzsche
DOI :
https://doi.org/10.47456/en.v15i2.47384Mots-clés :
Raça, Racismo, Cultivo seletivo, Europa, Fisiologia, Classe, JudeusRésumé
Este artigo tem como objetivo mapear as diferentes noções de raça que Nietzsche emprega em sua obra. Examino suas diferentes definições do termo e se ele tem, segundo Nietzsche, alguma utilidade nas batalhas culturais nas quais a filosofia deve se engajar. Embora eu inicie com um breve comentário das ocorrências do conceito em suas obras do período inicial e intermediário, concentro-me nos últimos escritos publicados por Nietzsche, nos quais seu interesse pela raça aumenta drasticamente. Esse interesse crescente pela raça está ligado à virada fisiológica na década de 1880 e à sua agenda normativa tardia, que segue o pensamento racial de sua época ao insistir que o cultivo seletivo é essencial para o aprimoramento humano. Nos últimos cinco anos de sua vida produtiva, Nietzsche afirmou reiteradamente que o pensamento é um produto da fisiologia. A raça e a fisiologia determinam o pensamento, e o pensamento europeu está em crise. A solução de Nietzsche é cultivar uma nova raça europeia (embora às vezes ele fale de classe em vez de raça). Para que um tal projeto de cultivo seja bem-sucedido, ele argumenta que é preciso primeiramente demolir os mitos raciais autocongratulatórios da época (como a pureza de uma suposta raça alemã, a inferioridade dos judeus e coisas do gênero). Portanto, embora Nietzsche despreze grande parte do pensamento racial predominante em sua época, ele jamais abandona a ideia de que o cultivo seletivo de seres humanos não somente é possível, como desejável.
Téléchargements
Références
BERNASCONI, Robert. “Who Invented the Concept of Race? Kant’s Role in the Enlightenment Construction of Race”, in: BERNASCONI, Robert (ed.). Race. Malden: Blackwell, 2001.
ETTER. Annemarie. “Nietzsche und das Gesetzbuch des Manu”, Nietzsche-Studien, v. 16, 1987.
FREDRICKSON, George M. Racism: A Short History. Princeton: Princeton University Press, 2002.
KANT, Immanuel. “Of the Different Human Races”, in: BERNASCONI, Robert & LOTT, Tommy L. (ed.). The Idea of Race. Hackett: Indianápolis, 2000.
KANT, Immanuel. “Das diferentes Raças Humanas”, Kant e-Prints. Campinas, Série 2, v. 5, n. 5, 2010.
KLEIN, Wayne. Nietzsche and the Promise of Philosophy. Albany: State University of New York Press, 1997.
MAGNUS, Bernd Magnus. “The Uses and Abuses o f The Will to Power”, in: SOLOMON, Robert C. & HIGGENS, Kathleen (ed.). Reading Nietzsche, New York: Oxford University Press, 1988.
MONTINARI, Mazzino. Nietzsche Lesen. Berlim: De Gruyter, 1982.
NIETZSCHE, Friedrich. Sämtliche Werke Kritische Studienausgabe. 15 Bänden, ed. Giorgio Colli e Mazzino Montinari. Berlim: Deutscher Taschenbuch Verlag, 1980.
NIETZSCHE, Friedrich. The Basic Writings of Nietzsche. Ed. and trans. Walter Kaufmann. Nova York: Random House, 1992.
NIETZSCHE, Friedrich. On the Genealogy of Morals & Ecce Homo. Trans. Walter Kaufmann. New York: Vintage Books, 1969.
NIETZSCHE, Friedrich. Twilight of the Idols. Trans. Richard Polk. Indianapolis: Hackett, 1997.
PRESTON, William. “Nietzsche on Blacks”, in: GORDON, Louis (ed.). Existence in Black: An Anthology of Black Existential Philosophy. New York: Roudedge, 1997.
SCHANK. Gerd. Rasse und Züchtung bei Nietzsche. Berlin: De Gruyter, 2000.
SCOTT, Jacqueline. “On the Use and Abuse of Race in Philosophy: Nietzsche, Judeus, and Race”, in: BERNASCONI, Robert & COOK, Sybol (ed.). Race and Racism. in Continental Philosophy. Bloomington: Indiana University Press, 2003.
STIEGLER, Barbara. Nietzsche et la biologie. Paris: Presses Univeritaires de France, 2001.
WINCHESTER, James. Nietzsche’s Aesthetic turn: Reading Nietzsche after Heidegger, Deleuze, and Derrida. Albany: State University of New York Press, 1994.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
© James Winchester 2025

Ce travail est disponible sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International .
Ao submeter o artigo, resenha ou tradução para a Estudos Nietzsche, o autor cede à revista o direito à primeira publicação do texto, mantendo, contudo, o direito de reutilizar o material publicado, por exemplo, em futuras coletâneas de sua obra.