Africanidade como Diversidade: leitura a partir da ancestralidade ronga no sul de Moçambique
Resumo
Prezados colegas, foi com grande entusiasmo que recebi o convite e por isso desafiei-me a participar desta Feira Literária Brasil- África de Vitória que, vai já à sua 3ª Edição. A mesa-redonda a que foi me proposto a compor é sobre “Brasil-Moçambique: um diálogo possível?” Aceitei a proposta na convicção de que as culturas, não obstante diferenças podem dialogar proficuamente umas com outras sobre o que têm de especificidades sem reclamar hierarquias.
A partir da cultura africana como matriz vou apontar aspectos da cultura moçambicana sobre os quais podemos, em seguida, refletir sobre a sua utilidade ou não para o debate e desafios educacionais exigidos à luz da implementação da Lei no 10.639, de 9 de Janeiro de 2003. Com base em dados recolhidos pela Etognósia da Colônia de Moçambique na então Circunscrição do Maputo, procuramos identificar e descrever as tradições pré-coloniais das sociedades da região sul de Moçambique, mormente o casamento, sucessões, heranças e religião. Fá-lo-ei sempre na possibilidade de demonstrar como estas práticas estruturam as lógicas e modo de vida dos seus agentes.