GESTÃO INTEGRADA DE VARA JUDICIÁRIA EM SISTEMA HÍBRIDO DE TRABALHO
CONTRIBUIÇÕES DA ERGONOMIA E DAS CLINICAS DO TRABALHO
DOI:
https://doi.org/10.55470/relaec.39133Palavras-chave:
Teletrabalho, Gestão integrada, Multitarefas, Ferramentas de informação e comunicaçãoResumo
O isolamento social imposto pela pandemia de COVID-19 exigiu mudanças estruturais e instrumentais nos diversos âmbitos de trabalho. Os tribunais judiciários mantiveram suas atuações de forma contínua, lastreados pelas possibilidades trazidas pelas novas tecnologias de informação e comunicação. Dentre os atores dessas instituições, os gestores de vara judiciária tiveram grande desafio de ajustar sua função de gestão ao sistema híbrido de trabalho. A partir da Análise Ergonômica do Trabalho e da autoconfrontação, o serviço de saúde ocupacional de um tribunal foi capaz de conhecer as tarefas executadas, os riscos atribuídos a elas e as estratégias desenvolvidas pelos secretários de vara. Incluem-se entre as tarefas observadas dos secretários: aspectos administrativos e gestionários, atividades jurídicas processuais e comunicação e atendimento da unidade aos públicos interno e externo. A multiplicidade de tarefas dessa função foi evidenciada como gerador de custos pessoais, modulado pelas escolhas e estratégias assumidas por cada trabalhador. Percebemos que as formas de uso das diversas ferramentas de comunicação pode ser a chave para um melhor gerenciamento do tempo e das demandas apresentadas no cotidiano desses trabalhadores.
Downloads
Referências
ABBAD, G. S. et al. Percepções de teletrabalhadores e trabalhadores presenciais sobre o desenho do trabalho. Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, v.19, n.4, pp. 772-780, 2020.
ALVES, V. A., CUNHA. D. M. Aspectos metodológicos de uma análise situada da atividade docente: a autoconfrontação cruzada. Projeto de dissertação apresentado ao Programa de Pós-Graduação: Conhecimento e Inclusão Social, da Faculdade de Educação da UFMG.
CLOT, Y. Clínica do trabalho, clínica do real. Le journal dês psychologues, n. 185, p. 48-51, mars 2001.
CLOT, Yves. Clinica do trabalho e clínica da atividade. In: BENDASSOLI, Pedro F., SOBOLL, Lis Andrea P. Clínicas do Trabalho. São Paulo: Atlas, 2011. p. 71-83.
COUTO, H. Check-list para Avaliação das Condições Ergonômicas em Postos de Trabalho Informatizados. 2014. Disponível em: https://ergoltda.com.br.
COUTO, H. Quadro de Classificação do Risco Ergonômico” – Um guia para auxílio na classificação do risco ergonômico nas diversas situações de trabalho. 2010. Disponível em: https://ergoltda.com.br.
DANIELLOU, F., LAVILLE, A.; TEIGER, C. Ficção e realidade do trabalho operário. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v. 17, n. 68, p. 7-13, 1989.
FAÏTA, D. Análise das Práticas Linguageiras e Situações de Trabalho: uma renovação metodológica imposta pelo objeto. In: SOUZA-E-SILVA, M. C. P. e FAÏTA, D. Linguagem e Trabalho: construção de objetos de análise no Brasil e na França. São Paulo: Cortez, 2002.
FAITA, D.; VIEIRA, M. Reflexões metodológicas sobre a autoconfrontação cruzada. Delta, São Paulo, v. 19, n. 1, 2003.
GONZÁLEZ, V. M., MARK, G. “Constant, Constant, Multi-tasking Craziness”: Managing Multiple Working Spheres. CHI, v. 6 n. 1, 2004.
GUERRA, M. H. T. S.; NETO, R. R. S.; RANIERI, T. R.; GOMES, U. C. Teletrabalho Estruturado na Administração Pública: a experiência do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região. Revista de Administração, Sociedade e Inovação, v. 6, n. 3, p. 98- 116, 2020.
GUÉRIN, François et. al. Compreender o trabalho para transformá-lo: a prática da ergonomia. São Paulo: USP, Fundação Vanzolini, Edgard Blücher, 2005.
HUBAULT, F. Do que a ergonomia pode fazer a análise? In: DANIELLOU, F. A ergonomia em busca de seus princípios: debates epistemológicos. São Paulo: Edgar Blücher, 2004.
LIMA, F. A. Ergonomia e projeto organizacional: a perspectiva do trabalho. Revista Produção, n. especial, p. 71-98, 2000.
MARK, G. KLOCKE, D. G. U. The Cost of Interrupted Work: More Speed and Stress. CHI, April 5–10, 2008.
MENDES, D. P. O agir competente como estratégia de gestão do risco de violência no trabalho: o ponto de vista da atividade humana de trabalho dos técnicos de enfermagem de uma instituição pública psiquiátrica. 2014. 213f. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2014.
SCHWARTZ, Y. Ergologia: Trabalho e gestão. In: FIGUEIREDO, M. et al. Labirintos do Trabalho: interrogações e olhares sobre o trabalho vivo. Rio de Janeiro: DP&A, 2004. p.215-237.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Resolução 677/2020. Novo modelo de gestão integrada de trabalho. Abril, 2020. 22 p.
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 3ª Região (TRT). Regimento Interno do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região: aprovado pela Resolução Administrativa SETPOE n. 51, de 4 de junho de 2020/ Comissão de Regimento Interno (org.) – Belo Horizonte: Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, 2020. 209 p.
VIEIRA, M. A. Autoconfrontação e análise da atividade. In: FIGUEIREDO, M. et al. Labirintos do Trabalho: interrogações e olhares sobre o trabalho vivo. Rio de Janeiro: DP&A, 2004. p.215-237.
WISNER, A. Por dentro do trabalho: ergonomia, método e técnica. São Paulo: FTD/Oboré, 1987.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os direitos são do autor, com direito de primeira publicação para a revista, a ser mencionado em outras publicações.