NEGROS DE PELE CLARA: REPRESENTAÇÃO DE IDENTIDADES NEGRAS NO YOUTUBE
Mots-clés :
Pardos. Identidade negra. Youtubers negros. Exu.Résumé
O presente trabalho emerge das reflexões iniciais de um projeto de mestrado em Comunicação e Territorialidades pela Universidade Federal do Espírito Santo. Para analisar a construção de representações de identidades negras por negros de pele clara no YouTube, propomos um percurso teórico-metodológico que não aponta respostas, mas sugere vias para se pensar a identidade do negro de pele clara, o chamado pardo, no Brasil. Começamos com uma discussão sobre o mito da democracia racial e a divisão entre pretos e pardos, em seguida, apresentamos reflexões teóricas sobre o YouTube e seus limites e possibilidades para operar como esfera pública e, por fim, desenhamos uma análise decolonial de representação, a partir da compreensão do orixá Exu como sensibilidade analítica. Concluímos que, dada a privação histórica dos sujeitos negros em construir discursos a partir de suas próprias fontes epistêmicas, isto é, fora da tradição eurocêntrica, Exu surge como emancipador do corpo- encruzilhada do negro, privilegiando suas elaborações a partir do espaço ocupado por seu corpo na estrutura social brasileira.
Téléchargements
Références
AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.
DIJCK, José; POELL, T.; WAAL, M. de. The Platform Society. New York: Oxford University Press, 2018.
FUCHS, Christian. Mídias Sociais e a Esfera Pública. In: Revista Contracampo, v. 34, n. 3, ed. dez/2015-mar/2016. Niterói: Contracampo, 2015. Páginas 5-80.
FREYRE, Gilberto. Casa grande & senzala. São Paulo: José Olympio, 1946. GONZALEZ, Lélia. Lugar de negro. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1982.
HABERMAS, Jürgen. Mudança estrutural da esfera pública: investigações quanto a uma categoria da sociedade burguesa. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003.
HALL, Stuart. Quem precisa de identidade? In: SILVA, Tomaz Tadeu da (org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2000. Cultura e Representação. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio: Apicuri, 2016. hooks, bell. Olhares negros: raça e representação. São Paulo: Elefante, 2019.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Características étnico-raciais: Classificações e Identidades. Rio de Janeiro, 2013.
MIGNOLO, Walter D. Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado de identidade em política. Cadernos de Letras da UFF – Dossiê: Literatura, língua e identidade, no 34, p. 287-324, 2008.
MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. 5. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.
______. Negritude: usos e sentidos. 4. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2020.
NASCIMENTO, Abdias do. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. 3. ed. São Paulo: Perspectivas, 2016.
QUIJANO, Anibal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo. A colonialidade do saber:eurocentrismo e ciências sociais- 1ª ed. - Buenos Aires: Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales-CLACSO, 2005.
ROCHA, Fregona Camila. Oi, meus amores!: o cotidiano em narrativas femininas no YouTube. 2020. Dissertação de mestrado (Comunicação e Territorialidades) – Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2020.
RUFINO, Luiz. Pedagogia das encruzilhadas. Rio de Janeiro: Mórula Editorial, 2019. SCHERER-WARREN, Ilse. Redes sociais na sociedade da informação. In: MAIA, R.; CASTRO, M.C.P.S. (Org.). Mídia, esfera pública e identidades coletivas. Belo Horizonte: UFMG, 2006.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar?. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.
SODRÉ, Muniz. Claros e escuros: identidade, povo, mídia e cotas no Brasil. 3. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.
_______. Pensar nagô. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.