Inovação Aberta, Colaboração e Sustentabilidade

02-04-2013

INOVAÇÃO ABERTA, COLABORAÇÃO E SUSTENTABILIDADE

XIII Conferência Anpei foca temas que devem estar na agenda 
das empresas que querem ganhar competitividade

Para definir o tema geral de sua XIII Conferência, que será realizada de 3 a 5 de junho de 2013, em Vitória (ES), a Anpei recorreu a trabalhos que estudam as tendências em inovação, e promoveu uma discussão interna em que organizou os temas que apareceram com mais frequência nas discussões travadas nas Conferências anteriores. “Percebemos, na discussão sobre propostas para o tema geral, que alguns quesitos apareceram fortemente: o sentido de urgência em fazer da inovação um pilar estratégico das ações do governo e das empresas, a necessidade de cooperação e colaboração, a competitividade e a sustentabilidade”, explica Guilherme Lima Vice Presidente e responsável pelas Conferencias ANPEI. Assim para refletir esses termos, chegou-se ao tema “Inovação Competitiva e Aberta: Transformando o Brasil”.

Ganhou destaque nessas discussões o aspecto da colaboração. “Hoje as empresas não falam em trabalhadores, mas em colaboradores, uma mudança de patamar muito importante. O funcionário é, agora, um intraempreendedor dentro da empresa e um dos pilares da capacitação tecnológica”, registra Mario Barra Coordenador Geral do evento. Há ainda a prática cada vez mais ampla da inovação aberta, parcerias com agentes externos, como universidades e outras empresas e instituições em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação. E aparece também a preocupação com inovação que suporte as práticas de sustentabilidade. “Precisamos reinventar a inovação para lidar com esse novo contexto”, aponta.

O tema se desdobra em dois eixos principais: a gestão da inovação e a estratégia. No primeiro eixo, o foco é a colaboração, a cooperação em inovação, com uma escala maior de abertura por parte das empresas no que se refere a seus projetos. Tudo com o objetivo de obter ganhos de competitividade, tornar as empresas capazes de disputarem o mercado global e sobreviver à competição. Esse eixo leva ao segundo: como desenhar estratégias para esse tipo de atuação. “Temos uma importante mudança de protagonistas e de paradigmas com a entrada de novos países nesse jogo, antes dominado pelos da Europa, o Japão e os Estados Unidos. Agora é preciso pensar na China, no Brasil, na Rússia, na Índia”, enumera, citando os chamados países BRIC.

O outro aspecto tratado pelo tema é, na verdade, o objetivo de se investir em inovação: transformar o País. “A proposta é ‘transformando o Brasil’ porque inovação é sempre muito falada, mas ela não foi até agora motivo de ações concretas e ousadas, espelho de uma prioridade política nacional. Hoje, um vetor que demanda inovações é a sustentabilidade, termo que apareceu com destaque nas discussões internas da Anpei para definição do tema geral da XIII Conferência. “Foi uma surpresa porque discutimos sustentabilidade na Conferência Anpei em Porto Alegre, em 2009. As empresas internalizaram o conceito de sustentabilidade, agora com um novo caráter em relação a Conferência de 2009”, diz. “Naquela época, o viés ainda era preservacionista e muitas empresas estavam começando a desenvolver projetos de inovação com foco em sustentabilidade. Hoje, as empresas querem inovações que permitam a exploração dos recursos naturais sem os efeitos colaterais dessa atividade e estão começando a colher os frutos de projetos de inovação iniciados naquele período”, comenta.

Um exemplo foi um caso apresentado em 2009 por uma empresa produtora de celulose, uma das maiores indústrias do Estado do Espírito Santo. Naquele ano, a companhia falou sobre suas pesquisas em clonagem e otimização do uso do solo e hoje comemora a redução de um terço da sua área de plantio, mantendo a produtividade. “São casos como esses que vamos apresentar na XIII Conferência, mostrando que inovar é fundamental para as empresas sobreviverem e competirem na economia globalizada”, finaliza Mario Barra.

A XIII Conferência Anpei será realizada no Centro de Convenções de Vitória. As empresas associadas com atividades industriais no Estado – Fibria, Samarco, Vale e Weg – já são parceiras da Anpei na realização do evento. A Anpei está em contato com outras empresas, que também integrarão os esforços para o êxito da Conferência no Espírito Santo.

A exemplo de anos anteriores, duas atividades estão garantidas na programação de 2013. Uma delas é o Workshop Sebrae. “Trata-se de uma atividade de grande importância para a Conferência porque permite aos pequenos empresários se engajarem na inovação. Vai promover a participação de micro e pequenos empresários da região, sob os auspícios do Sebrae nacional e local, às discussões propostas pela Anpei”, destaca Mario Barra, coordenador geral das últimas cinco edições da Conferência Anpei.

“Queremos acabar com essa áurea de mistério que cerca a palavra inovação, a ideia de que é algo muito complexo e fora da realidade da pequena empresa”, diz. “Mas também sabemos que inovação tem sido um termo muito usado e que corremos o risco de vê-lo banalizado. Para a Anpei, inovação tem um significado especifico e deve ser entendida como uma estratégia fundamental para a competitividade e sobrevivência das empresas”, acrescenta.  O Sebrae vai organizar caravanas para levar os empresários do interior do Espírito Santo para a Conferência.

A segunda atividade já garantida na programação é a apresentação de casos comprovados de sucesso em inovação. Como em anos anteriores, as empresas serão convidadas para que submetam seus casos de sucesso aderentes ao tema da Conferência e que serão selecionados para apresentação. Os três melhores serão apresentados em plenária, como destaques. “Vamos manter a apresentação de casos, pois isso marca o DNA da Conferência: ser um evento voltado para a empresa. É o espaço para compartilhamento do conhecimento tácito do que foram os sucessos, e para a interação entre os participantes”, destaca.

Ao contrário de anos anteriores, a XIII Conferência Anpei deverá ter seu período de atividades encerrado por volta das 18h – nas edições anteriores, geralmente a programação terminava às 20h. “Por mais demandas que tenhamos de apresentações, queremos começar entre 8h e 9h e encerrar às 18h para sermos mais produtivos. Isso limita um pouco a programação, mas melhora a qualidade e o aproveitamento de quem está assistindo”, justifica Barra.

O coordenador geral ressalta, ainda, o engajamento das entidades locais à XIII Conferência Anpei, como o governo do Estado, por intermédio da Secretaria da Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Trabalho (SECTTI), cujo titular é Jadir José Péla. O governador do Espírito Santo é Renato Casagrande (PSB), engenheiro florestal e bacharel em Direito. Casagrande foi deputado federal (de 2003 a 2007) e senador (de 2007 a 2010). Nesses períodos, se envolveu na votação de projetos de lei como os que geraram as leis da Inovação e do Bem, sendo muito atuante em relação ao tema da inovação.

Fonte: ANPEI