As multifaces do audiovisual contemporâneo

Autores

  • Daniela Zanetti Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Resumo

A terceira edição da Revista de Audiovisual Sala 206 tem como tema o audiovisual contemporâneo. Os artigos aqui reunidos refletem o quanto essa denominação permite amplificar as formas significantes decorrentes da combinação imagem + som, abrindo-se um leque de possibilidades narrativas, estéticas e discursivas. Assim como se debruçam sobre diferentes formatos de obras audiovisuais – vinculadas ao cinema "tradicional", ao cinema interativo, ao cinema expandido, ao vídeo –, os autores também trazem distintas perspectivas analíticas e abordagens teóricas para dar conta de seus objetos e fenômenos.

Os novos dispositivos que surgem com as mídias digitais, e que reconfiguram o conceito de audiovisual, estão contemplados em dois artigos. As especificidades do que se entende por interatividade no cinema são apresentadas por Paulo Alcântara e Karla Brunet em Notas introdutórias ao cinema interativo. Questões acerca do cinema expandido, por sua vez, são abordadas por Carolina Dias de Almeida Berger no texto Regimes de visibilidade e dispositivo técnico em Vídeo Mapping e Live Cinema.

Ampliando a reflexão sobre os papéis culturais atribuídos aos dispositivos audiovisuais,  a seção "Traduções" traz um instigante e aprofundado estudo sobre a arqueologia das telas na cultura midiática, de autoria de Erkki Huhtamo, professor da University of California, Los Angeles (UCLA). A tradução do texto é de Gabriel Menotti.

A perspectiva filosófica, tendo o sublime como conceito-chave, é a base do estudo de João Eduardo Silva de Araújo sobre o filme O Cozinheiro, o Ladrão, Sua Mulher & o Amante, de Peter Greenaway. Tendo também a filosofia como inspiração, o artigo de Bajonas Teixeira de Brito Junior sobre o filme Balada triste de trompeta trata de aspectos da violência no século XX e suas representações.

O vídeo aparece como objeto de investigação no artigo de Marcus Alexandre Motta e Marcelo Lins de Magalhães, que usam a abordagem semiótica para refletir sobre o espaço urbano a partir do exame da obra Innen Stadt Auβen, de Olafur Eliasson.

Por fim, dois artigos tem como foco o cinema nacional. O som ao redor, filme de Kleber Mendonça Filho, ganhou análise de Adriano Medeiros da Rocha, que se preocupou em compreender os usos do som como recurso narrativo. Júlio César Lobo, por sua vez, retoma uma importante cinematografia dos anos 50/60 para tratar dos modos como os estereótipos relativos a nordestinos e nortistas aparecem nesse momento do cinema brasileiro.

Boa leitura!

Daniela Zanetti

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Seção

EDITORIAL