Dinâmica de sociabilidade e conflitos violentos entre jovens
Abstract
Em 2014 o Brasil registrou um número expressivo de homicídios absolutos – 59.627 e uma taxa de 29.1 homicídios por 100 mil habitantes (Cerqueira et al., 2016). De acordo com o Atlas da Violência 2016, adolescentes e jovens (15 a 29 anos) constituem o grupo da população mais vitimado pelos homicídios. Nesse sentido, é o segmento mais exposto às situações violentas, ora como vítimas e ora como perpetradores de práticas violentas (Adorno et al., 1999). Tendo em mente essas ideias, o presente trabalho pretende discutir os conflitos violentos entre jovens os quais, no limite, podem ser letais. Todo homicídio oculta um conflito, mas nem todo conflito termina em homicídio. Portanto, elaboramos a seguinte questão: por que a dinâmica de sociabilidade tecida por adolescentes e jovens, no contexto estudado, favorece a emergência de conflitos violentos potencialmente letais? O estudo se propõe a analisar a dinâmica de sociabilidade juvenil, a qual, pressupomos, tem favorecido a emergência de conflitos potencialmente letais no contexto estudado.
Tencionamos lançar luz sobre as dimensões culturais das interações, as concepções morais e demais sentidos que balizam a sociabilidade juvenil, principalmente no que se refere a dois pontos: os conflitos violentos interpessoais e o papel do processo de sujeição criminal na tomada de decisões por cursos de ação considerados criminosos.