Colonialidade, raça e gênero na produção da criminologia crítica brasileira - apontamentos a partir do grupo de pesquisa brasilidade criminológica

Auteurs

  • Rayane Marinho Rosa UFES

Résumé

O presente projeto de pesquisa pretende contribuir no pensamento criminológico crítico, a partir dos aportes epistemológicos dos pensamentos decoloniais, feministas e antirracistas, ensejando uma intersecção que conjugue essas perspectivas considerando a localidade brasileira e latinoamericana, periferia do capitalismo. A Criminologia Crítica tem sido interpelada por reproduzir noções e métodos masculinos, de branquitude e eurocêntricos corroborando, contraditoriamente, com uma episteme colonial e moderna. Por isso, discorrerei inicialmente as contribuições dos estudos sobre modernidade, colonialidade, gênero e raça a fim de evidenciar como tais categorias e métodos de abordagem tem sido tematizados na produção científica criminológica. Após este diagnóstico teórico, utilizarei de discussão empírica, com base no Grupo Brasilidade Criminológica, coordenado pela professora Vera Regina Pereira de Andrade, objetivando perceber como as categorias citadas foram aparecendo/ou sendo ocultadas nos textos criminológicos.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Références

ALIMENA, Carla Marrone. A tentativa do (im)possível: feminismos e criminologias. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010.
ANDRADE, Vera. Currículo do sistema currículo Lattes. [Brasília], 25 nov. 2016. Disponível em: <http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4796202D>.
ARAÚJO, Araújo, Bruna Stéfanni Soares de. Criminologia, feminismo e raça: guerra às drogas e o superencarceramento de mulheres latino-americanas. 2017. 105p. Dissertação (Mestrado em Direito). Programa de Pós-Graduação em Ciências Jurídicas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, 2017.
BALLESTRIN, Luciana. América latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, v. 11, p. 89-117, 2013.
BARATTA, Alessandro. Criminologia crítica e crítica ao direito penal: introdução à sociologia do direito penal. 6. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2011.
BOURDIEU, Pierre. Os usos sociais da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico. São Paulo: Editora UNESP, 2004.
COLLINS, Patricia Hill. Black feminist thought: knowledge, consciousness and politics of empowermente. 2 ed. New York: Routledge, 2000.
COMTE, Auguste. Curso de filosofia positiva; Discurso sobre o espírito positivo; Discurso preliminar sobre o conjunto do positivismo; Catecismo positivista. Seleção de textos de José Arthur Giannotti; traduções de José Arthur Giannotti e Miguel Lemos. — São Paulo: Abril Cultural, 1978.
DE CALAZANS, Marcia Esteves. et al. Criminologia crítica e questão racial. Caderno do CEAS, Salvador, n. 238, p. 450-463. 2016. Disponível em < https://cadernosdoceas.ucsal.br/index.php/cadernosdoceas/article/view/280/216>. Acesso em 28 jun 2017.
ESPINOSA MIÑOSO, Yuderkys. Una crítica descolonial a la epistemología feminista crítica. El Cotidiano, n. 184, p. 7-12, mar.-abr. 2014. Disponível em: <http://www.redalyc.org/pdf/325/32530724004.pdf>. Acesso em: 20 jan 2018.
FANON, Frantz. Os condenados da Terra. Tradução Enilce Albegaria Rocha, Lucy Magalhães. Juiz de Fora: Ed. UFJF, 2010.
FOX KELLER, Evelyn. Qual foi o impacto do feminismo na ciência?. In: LOPES, Maria Margareth (Org.). Cadernos Pagu: Ciência, Substantivo Feminino Plural, Campinas, SP: Núcleo de Estudos de Gênero, Universidade Estadual de Campinas, n. 27, p. 13-34, jul./dez. 2006.
FLAUZINA, Ana Luiza Pinheiro. Corpo negro caído no chão: o sistema penal e o projeto genocida do Estado brasileiro. 2 ed. Brasília: Brado Negro, 2017 [2006].
FRANKLIN, Naila Ingrid Chaves. Raça, Gênero e Criminologia: reflexões sobre o controle social das mulheres negras a partir da criminologia positivista de Nina Rodrigues. 2017. 150p. Dissertação (Mestrado em Direito). Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade de Brasília (UnB), Brasília, 2017a.
FREITAS, Felipe da Silva. Novas perguntas para criminologia brasileira: Poder, Racismo e Direito no centro da roda. Cadernos do CEAS, Salvador, n. 238, p. 489-499, 2016.
GIDDENS, Antrony. As consequências da modernidade. São Paulo: Editora UNESP, 1991.
HARAWAY, Donna. Saberes Localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, Campinas, n. 5, p. 04-41, 1995.
HOOKS, bell. Intelectuais negras. In: Estudos Feministas. Porto Alegre: Revista Estudos Feministas, 1995.
LÖWY, Ilana. Universalidade da ciência e conhecimentos situados. Cadernos Pagu, Campinas, n.15, p.15-38, 2000.
LUGONES, María. Rumo a um feminismo descolonial. Estudos Feministas, Florianópolis, 22 (3): 320, Setembro – Dezembro, 2014. p. 935 – 952.
MENDES, Soraia da Rosa. Criminologia feminista: novos paradigmas. São Paulo: Saraiva, 2014.
OLIVEIRA PIRES, Thula Rafaela de. Criminologia Crítica e pacto narcísico: por uma crítica criminológica apreensível em pretuguês. Revista Brasileira de Ciências Criminais, São Paulo, Ed. RT, v. 135, ano 25, p. 541-562, set. 2017.
PAZELLO, Ricardo Prestes. Direito insurgente e movimentos populares: o giro descolonial do poder e a crítica marxista ao direito. 2014. 545p. Tese (Doutorado em Direito). Programa de Pós-Graduação em Direito, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2014.
SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula. (Orgs.) Epistemologias do Sul. São Paulo: Editora Cortez, 2010.
SCHIEBINGER, Londa. O feminismo mudou a ciência?. Bauru: EDUSC, 2001.
SCHUCMAN, Lia Vainer. Entre o encardido, o branco e o branquíssimo: branquitude, hierarquia e poder na cidade de São Paulo. São Paulo: Annablume, 2014.
WALSH, Catherine. Interculturalidad, Estado, Sociedad: Luchas (de)coloniales de nuestra época. Universidad Andina Simón Bolivar, Ediciones Abya-Yala: Quito, 2009.
ZAFFARONI, Eugenio Raúl. La mujer y el poder punitivo. In: Vigiladas y castigadas. Lima: CLADEM, 1992.