Seguindo redes e ramificações de produção de conhecimentos em práticas de cura a partir do uso das plantas medicinas e fitoterápicos no município de Vitória – ES

Résumé

Os seres humanos sempre utilizaram plantas e ervas na prevenção e tratamento de doenças e enfermidades, porém a partir da Revolução Científica decorrida por volta do século XVII os conhecimentos sobre as Plantas Medicinais foram sendo empurrados para as margens enquanto a medicina, a farmácia e posteriormente a indústria farmacêutica construíram o terreno que tem configurado aos medicamentos químicos-sintéticos-industriais uma hegemonia na terapêutica contemporânea. Ainda assim as Plantas Medicinais e posteriormente os Fitoterápicos continuaram a ser utilizados, sobretudo por serem mais acessíveis para a maior parte da população global. Se por um lado o que assistimos é a dificuldade de acesso a esses medicamentos devido ao seu alto custo, por outro tem ocorrido o fortalecimento do que Michel Foucault define por Biopolítica; Esse processo pode ser observado através do fenômeno da Medicalização/Medicamentalização. Nesse sentido considerou-se relevante entender de que maneira tem-se construído caminhos “outros” aos “ofertados” por essa rede estabelecida como a mais “legítima” e hegemônica, bem como, entender se esses caminhos conferem aos sujeitos mais autonomia frente ao fenômeno da Medicalização/Medicamentalização. Sendo assim esta pesquisa propõe rastrear e mapear a rede que compõe a produção de conhecimentos em práticas de cura a partir do uso de Plantas Medicinais e Fitoterápicos em quatro pontos no Município de Vitória – ES. Para tanto a pesquisa será realizada a partir da perspectiva da Antropologia Simétrica - considerando a ideia de simetria entre humanos e não-humanos - e dos princípios teórico-metodológicos da Teoria Ator-Rede.